Doar sangue é rápido, não causa dor e é um gesto simples, que pode salvar vidas. Com apenas uma bolsa de sangue coletado, é possível ajudar quatro pessoas, e a unidade pode ser fracionada em concentrado de hemácias, plasma, concentrado de plaquetas e crioprecipitado. O ato de doar não oferece nenhum risco de contrair doenças infecciosas.
Geralmente as pessoas que necessitam de transfusão de sangue contam com a solidariedade de quem procura os bancos de sangue para fazer a doação. Em alguns casos, é solicitado a amigos, parentes e conhecidos, mas muitos voluntários têm o hábito de procurar regularmente estes locais com o espírito altruísta de ajudar ao próximo.
Localizado em Lajeado, junto ao Hospital Bruno Born, o Hemovale é o responsável pelo fornecimento de hemocomponentes para as regiões dos Vales do Taquari, Rio Pardo, Caí, e Região Central, atendendo cerca de 24 municípios. Com a pandemia, precisou se readequar para que pudesse seguir recebendo doações, garantindo assim o fornecimento deste fluido vital aos que precisam, como explica a enfermeira Marina da Silva Vieira. Segundo ela, para que os estoques possam ser mantidos, o ideal é que o Hemovale receba 30 pessoas por dia. Em situações como vésperas de feriados prolongados, o banco necessita de um número maior para se precaver.
Os sangues de tipo A+ e O+ são os que mais têm doadores. O tipo O-, conhecido como o doador universal, é o mais buscado. Confira a entrevista:
AT- Como está atualmente o engajamento da população com a doação de sangue no Hemovale?
Marina – No geral, as doações continuam ocorrendo. Temos os doadores fidelizados que, mesmo na pandemia, continuam doando. Mas sempre que o estoque está baixo, fazemos solicitações de doadores de sangue via redes sociais, a adesão da população ao chamado é bem satisfatória.
AT – A pandemia afetou de alguma forma o modo de trabalho de vocês? Como tem funcionado neste período?
Marina – O número de doadores diminuiu bastante no início da pandemia. Como estratégia para melhorar, buscamos ampliar o horário de atendimento e incentivar o agendamento das doações evitando aglomerações no nosso estabelecimento. Tem funcionado muito bem. Durante a pandemia o horário de funcionamento de segunda a sexta-feira foi ampliado para até as 16h, podendo agendar a doação e ser atendido no horário marcado. Aos sábados, funciona das 7h30min às 11h com agendamento prévio.
Para a segurança dos doadores, capacitamos a equipe para realizar todas as medidas necessárias de acordo com os protocolos da vigilância sanitária vigentes.
AT – Existe um perfil específico do doador de sangue? A juventude tem se mostrado interessada?
Marina – Um terço dos doadores de sangue hoje são jovens com menos de 29 anos de idade, mas tenho percebido que está aumentando ainda mais o interesse destes jovens em doar.
Em alguns casos, se percebe que é questão de cultura, os pais acompanhados de seus filhos para doar sangue.
AT – No caso dos outros municípios do Vale, como podem se mobilizar para doar? Existe alguma ação ou forma de movimentá-los e estimular a doação de sangue?
Marina – Normalmente quando existe paciente de outros municípios, as secretarias da Saúde disponibilizam o transporte até o Hemovale, nos contatam com antecedência para fazer reserva na data que preferem fazer a doação de sangue. Também existe voluntários (clubes) de outros municípios que se unem em prol da causa, e vem doar sangue voluntariamente. Quando se trata de um número expressivo de doadores de um determinado local, optamos pelas doações em sábados mediante agendamento.
Requisitos básicos para doação de sangue:
Estar em boas condições de saúde; Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos, precisam levar os documentos necessários e formulário de autorização, que deverá ser assinado no Banco de Sangue pelo responsável); Pesar no mínimo 50kg; Estar descansado (ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas); Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação); Apresentar documento original com foto emitido por órgão oficial (carteira de identidade, cartão de Identidade de profissional liberal, carteira de trabalho e previdência social); Respeitar os intervalos para doação – homens (60 dias, máximo de quatro doações nos últimos 12 meses) e mulheres (90 dias, máximo de três doações nos últimos 12 meses).
São seis as etapas para uma doação de sangue:
1- Cadastro do doador,
2- Triagem clínica, entrevista com enfermeiro sobre situação de saúde.
3- Triagem hematológica para avaliar hematócrito (se tem anemia ou não) verificação de pressão arterial, batimentos cardíacos, peso e temperatura.
4- Doação propriamente dita.
5- Preencha SIM na auto exclusão, assim seu sangue será sigilosamente descartado, não oferecendo risco a um futuro receptor.
6- Lanche pós-doação.