A notícia da aproximação de uma “nuvem de gafanhotos”, vinda dos países vizinhos (Argentina, Uruguai e Paraguai), foi reforçada nos últimos dias com a melhora do clima e as temperaturas elevadas, atípicas para esta época do ano. Presume-se que no decorrer dos vários dias de chuvas, as enchentes e o próprio frio observado por aqui, podem ter sido fatores de retenção das pragas, deixando-as afastadas.
Apesar da possibilidade de os gafanhotos poderem se deslocar para o território gaúcho, não existe ainda a confirmação de que o fato irá se concretizar. Entretanto, como já comentado em outra ocasião anterior, o governo do Estado, em conjunto com entidades dos produtores rurais estão organizados e preparados para um enfrentamento, utilizando, inclusive, recursos técnicos, como a aviação agrícola para um procedimento de pulverização, no intuito de inibir o avanço dos insetos.
De qualquer forma e apesar das providências já tomadas, persiste um ar de preocupação, a partir de lembranças de um passado um tanto distante, quando episódios dessa natureza aconteceram por aqui, com imagens guardadas na memória das pessoas de juventude mais prolongada. Prejuízos, destruições teriam sido acentuados nas áreas afetadas deixando marcas de devastação em diferentes plantações, como pastagens, lavouras de cana, árvores frutíferas, hortaliças dentre outras.
Se, afinal, tivermos a presença de insetos na nossa região, possivelmente será bem mais comedida do que em outras épocas quando não se possuía o “aparato de guerra” que agora está à disposição, devendo ser calculado o risco de ocorrerem danos ambientais, como por exemplo, a provável matança de outros animais, importantes no equilíbrio da natureza, incluindo aí enxames de abelhas.
JUVENTUDE RURAL
No último dia 15 de julho, foi lembrado o Dia da Juventude Rural. Obviamente a data transcorreu sem festividades, mas nem por isso poderia ficar no esquecimento. E o grande dilema, quando nos referimos ao assunto, é assegurar a permanência do jovem nas atividades agropecuárias, promovendo a sucessão familiar e a manutenção da vida da propriedade.
A categoria da juventude rural, por força de um conjunto de circunstâncias, cada vez mais se encolhe e há muitos anos o fato tem sido objeto de debates e de grande preocupação do próprio Movimento Sindical Rural.
Não é difícil elencar as prováveis razões para justificar a dificuldade da permanência dos jovens no meio rural. Incentivos, segurança, garantias de renda e de preços, qualidade de vida, dentre vários aspectos.
Da mesma forma é preciso fazer uma referência à passagem do Dia do Colono e do Motorista, neste sábado, 25 de julho. Diferentemente de outros anos, com comemorações festivas, desta feita as restrições impostas pelas medidas sanitárias limitam as celebrações. Fica, no entanto, a lembrança da data e o reiterado reconhecimento da grande importância social e econômica destas duas categorias, habituadas e acostumadas a toda espécie de dificuldades, tendo, porém, a qualidade da superação e da persistência.
PÓS-ENCHENTES
Mesmo à distância e de forma virtual, a gente acompanhou a peregrinação dos prefeitos da região, dos municípios mais atingidos pelas recentes enchentes, a vários órgãos e setores do governo federal, em Brasília, buscando amparo e recursos para diminuir os impactos causados pela severidade do tempo.
Levando na bagagem os decretos de situação de emergência, com os devidos relatos dos prejuízos e perdas das centenas de famílias do Vale, sabe-se que a contabilização dos estragos, feita pelos mandatários, alcança cifras impressionantes, devendo superar a casa dos 150 milhões de reais.
Em tudo sempre há uma esperança. Assim foi com a estiagem do início do ano. O mesmo acontece com a pandemia (covid-19) e agora reitera-se com as cheias. Os acenos de ajuda acontecem, se repetem e, na prática, as expectativas são frustradas.
É preciso uma grande mobilização para a reconstrução e que seja isenta de cunho político.