Assim como grande parte das atividades de pesquisa da Univates, o projeto Meninas na Ciência também precisou suspender suas atividades presenciais neste semestre. Durante o período de isolamento social, foram intensificadas as entrevistas e formações on-line da equipe. Estudos e análise de material coletado com bolsistas e alunas participantes do projeto foram realizados, gerando dois conjuntos de resultados de pesquisa. Os objetivos são entender se as atividades têm cumprido com seus princípios pedagógicos e verificar como as ações têm influenciado na vida de estudantes da Educação Básica nas três escolas em que atua: Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes, de Arroio do Meio, Escola Estadual de Ensino Médio Estrela e Escola Estadual de Ensino Médio Paverama.
“As pesquisas ajudam a perceber as contribuições do nosso trabalho para abrir os horizontes das meninas participantes, para tornar as áreas de ciências exatas e engenharias menos assustadoras para as alunas”, ressalta a coordenadora do Meninas na Ciência na Univates, professora Sônia Gonzatti. A partir dos retornos é possível perceber quatro fatores destacados pelas estudantes: oportunidade de acesso para adquirir conhecimentos em novas áreas, reflexões sobre desigualdade de gênero, influências culturais e sociais que interferem na presença feminina nas áreas de Science, Technology, Engineering and Mathematics (Stem) e reflexões sobre as escolhas profissionais futuras.
A outra pesquisa foi desenvolvida com as nove bolsistas júnior que atuam nas três escolas que participam do projeto. Vanessa Kremer e Alice Taís Dummel Weide são estudantes e bolsistas júnior da Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes. Para elas, o Meninas na Ciência é, sobretudo, uma ferramenta de empoderamento feminino.
Entre as atividades desenvolvidas pelas bolsistas está fazer a mediação dos trabalhos elaborados pelas professoras do projeto e bolsistas da Univates, que devem ser executados nas escolas. Para isso, as estudantes recebem a formação necessária, e os ensinamentos, muitas vezes, vão além do que as meninas aprendem em sala de aula. “Por exemplo, na primeira aula de astronomia que tivemos, a professora explicou sobre as constelações. Desde então eu nunca mais vi o céu do mesmo jeito. Outra coisa são as oficinas de química, algumas coisas tinham relação com o que eu via na escola, mas é totalmente diferente entrar nos laboratórios da Univates usando jaleco. A gente se sente uma cientista mesmo”, lembra Vanessa. O projeto de extensão Meninas na Ciência atua com recursos do edital Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação, lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).