Para a estudante do 2º ano do Ensino Médio da Escola Guararapes, Alice Dummel, a adaptação na plataforma digital foi tranquila, o sistema é fácil de utilizar e a escola deu todo o suporte para orientar os alunos, inclusive com videoaula ensinando sobre a ferramenta. “Mas mesmo com todo o apoio e ajuda dos professores, são maneiras muito diferentes de aprender e de ensinar. E tem várias pessoas que estão tendo dificuldade e sentem que vão ficar prejudicados em razão disso”, opina.
Para ela, o empenho dos professores nesta transição mostra que eles realmente gostam do que fazem. “Porque é uma situação bem complicada de se lidar. Até para nós, mas temos que nos adaptar”, diz, lembrando que as aulas remotas já servem para mostrar a eles uma rotina como já existe em muitas faculdades de ensino a distância. “É uma forma de se adaptar às novas tecnologias”, completa.
Como ponto negativo do ensino remoto, ela cita a forma de aprender, já que os estudantes eram acostumados a terem o professor junto deles, para receber todo o tipo de suporte. Sobre os conteúdos, ela admite que os desafios para o entendimento e aprendizado tornaram-se maiores. “Acho que foi um choque de realidade muito grande, a gente sair do modo convencional, de aula presencial, com as professoras na nossa frente, explicando as coisas cara a cara, para ir para o modo virtual com as videoaulas. São modos muito diferentes e também é uma dificuldade bem grande”, avalia.
Alice sente falta das aulas reais, de estar perto das pessoas e ter o apoio de todos. “A gente, às vezes, acha que ir para a escola é chato, mas agora, nesse ponto, só queremos ir para a escola de novo”, conclui.
Para a mãe de Alice, Irene Teresinha Dummel, o método de ensino remoto tem sido o mais adequado para a situação, mas ela espera que as crianças não sejam prejudicadas e que ninguém perca o ano letivo. “Apesar de que, com tudo o que está acontecendo, acho que todos os alunos serão um pouco prejudicados. Eles não vão aprender como deveriam, porque não têm o mesmo apoio como no ensino presencial. Isso prejudica as crianças, principalmente se os pais não conseguem acompanhar e ajudar nas tarefas mais difíceis”, conclui Irene. Ela espera que o ano seja um aprendizado para todos, lembra que é preciso calma e paciência, pois tudo vai passar.