Na rede municipal de ensino de Travesseiro são mais de 200 crianças afetadas com a suspensão das atividades escolares desde o mês de março. Também são mais de 30 educadores dos dois educandários – Emef Pedro Pretto e Emei Criança Esperança – que estão num processo de reconfiguração, reavaliação e reestruturação do ano letivo. De acordo com a secretária de Educação Cristiane Neitzke, a pandemia está exigindo novas ações e provocando inúmeros desafios a gestores e profissionais na área educacional, mas é preciso se reinventar e dar sequência de uma forma diferente, mas viável a todos.
“Nestes aproximados dois meses de paralisação, de isolamento foi necessário reorganizar todo um planejamento, muitas foram as conversas, reuniões e debates de como proceder para que nossos estudantes e suas famílias pudessem, de alguma forma, cultivar o vínculo com os professores. E, tudo isso agregado à realidade de nosso município e do atual contexto, tendo presente que nem todos dispõem de acesso à Internet em seus lares. A partir disso, a ideia inicial foi o envio de atividades impressas que foram entregues pelos motoristas do transporte escolar em cada residência. Essa logística foi feita durante três semanas, em seguida foi dado o recesso escolar, que estava previsto para julho, mas em função da pandemia antecipado para abril. Na EMEI Criança Esperança também teve antecipação das férias por 15 dias. E, nesse período de recesso, a parceria do G5 promoveu a formação continuada de 12 horas para os docentes e o assunto abordado foi a BNCC (Base Nacional Comum Curicular) : um novo olhar para os diferentes modos de aprender e ensinar – BNCC em pauta”.
Já no início do mês de maio, a Secretaria de Educação, Conselho Municipal de Educação, professores e profissionais da equipe se reuniram para, novamente, rever e traçar novas estratégias de estudos. Nesse encontro, o grupo entendeu que para o mês de maio seria interessante a formação de grupos de WhatsApp com as famílias, pois essa seria uma ferramenta que geraria mais proximidade e facilidade de comunicação e também a necessidade de introdução de conteúdos novos para aprimorar a qualidade da aprendizagem. “Dessa forma, os motoristas semanalmente levarão atividades e também recolherão algumas para avaliação. Além das atividades, as equipes diretivas também semanalmente organizam e sugerem desafios para os estudantes”. Salientam também que nas datas comemorativas, sempre tão significativas para as crianças, foi organizada a ida do coelhinho nas casas e, no Dia das Mães, cada uma foi presenteada com uma linda máscara confeccionada pelas funcionárias das escolas. “Em todas as atividades propostas, a parceria e a participação das famílias é notória e isso é a melhor recompensa num momento tão complexo em que vivemos na angústia e incerteza. Já para as turmas dos berçários e maternais são enviadas sugestões de momentos de interação com a família. Também nesse mês está acontecendo mais uma formação continuada sobre consciência fonológica organizada pela Univates para as profissionais da Educação infantil, de 1º e 2º ano,” explica a secretária.
Em relação à perspectiva de retorno, certamente é esse um dilema que todo o pais está enfrentando na área educacional. “Muitas são as dúvidas, não há receita ou fórmula pronta para nos guiar, tudo é preciso avaliar e reavaliar cautelosamente porque lidamos com saúde, com a vida. Nesse momento ainda não me atreveria a pensar numa normalidade de ensino, o que cogito é montar um projeto piloto de ensino híbrido. E, esse projeto está em estudos e será amplamente trabalhado com a comunidade escolar, pois para que realmente aconteça na prática envolverá todos e cada um será parte fundamental nesse processo”, conclui.