A maioria dos varejistas já previa uma queda na venda dos chocolates em decorrência da pandemia, por isto, nesta Páscoa, se prepararam com um estoque menor. O proprietário da distribuidora Manica, Ivo Manica constatou que as vendas diminuíram 30% e o valor médio de compra por família, que geralmente passava de R$ 100, foi inferior a R$ 80.
Na Requinte Chocolatteria o cenário não foi muito diferente. A proprietária Bernadete Both também já previa vendas menores, num momento totalmente atípico. Os clientes deram preferência para chocolates menores e em menor quantidade. Para não deixar ninguém sem a guloseima mais tradicional da Páscoa, a Requinte deu ênfase à tele-entrega, fazendo o produto chegar ao cliente e evitando aglomeração na loja. Além de Arroio do Meio foram feitas entregas, tanto para o consumidor final quanto para revenda, em Lajeado, Estrela, Encantado, Westfália e Cruzeiro do Sul.
A supervisora do supermercado Arroiomeense, Roseli Casweski revela que o supermercado programou uma venda 20% inferior à temporada passada e ocorreu um reajuste de 10%. Os chocolates foram todos vendidos. Em geral, durante o isolamento, o movimento no supermercado não diminuiu e houve incremento na venda dos alimentos e produtos de limpeza em 20%.
O chefe de loja do supermercado Languiru, Paulo Adriano Schmitz estima que as vendas, como um todo, durante a Páscoa, retraíram 30% em comparação com anos anteriores. As restrições de circulação no estabelecimento – apenas um integrante por família – incertezas na economia e diminuição das confraternizações familiares, fizeram as compras serem voltadas para o estritamente necessário. A fase de estocar produtos nas residências, registrada nas duas primeiras semanas da pandemia, já passou. O desempenho da venda de alimentos e produtos de higiene, com álcool em gel na composição e águas sanitárias, se mantém positivo, mas a venda de itens supérfluos, como bebidas, diminuiu.
A venda de chocolates e ovos de páscoa, segundo Schmitz, também registrou queda. Os fornecedores que adequaram as promoções com os impactos da pandemia obtiveram resultados melhores. Contudo, observa, que o trabalho home office dos representantes comerciais afeta algumas negociações, como as trocas.
O sócio-proprietário do Marel, Ismael Jung, revela que, em geral, o varejo não apostou na Páscoa, mas muitas vendas ocorreram de última hora. “Se tivesse mais chocolate, venderíamos mais”, afirma. Jung constata que o fato de as famílias estarem mais em casa, durante a pandemia, favorece o setor supermercadista.
O gerente de varejo Dália Alimentos, Daniel Weingartner também confirma uma redução na venda de chocolates em geral. O maior impacto foi nos ovos mais simples. Houve um pequeno incremento nos ovos de marcas mais conceituadas e nos bombons soltos. As carnes de rês e suíno, filé de peixe e itens da cesta básica também tiveram destaque nas vendas.
INDÚSTRIA GARANTE ABASTECIMENTO
A Neugebauer manteve o seu planejamento de produção para o período da Páscoa, cumprindo o compromisso da entrega de pedidos aos clientes e garantindo o pleno abastecimento do mercado, permitindo que os consumidores encontrassem os produtos da marca nas prateleiras. Esse planejamento foi e está sendo realizado com total responsabilidade em relação à saúde e bem-estar de todos os colaboradores.
De acordo com o diretor comercial da Neugebauer, Sérgio Copetti, a empresa também manterá sua equipe em atendimento normal de lojas e clientes, adaptando a rotina ás orientações e medidas de acordo com os órgãos de saúde em todos os níveis: municipal, estadual e nacional.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), em 2019, a indústria de chocolates apresentou queda de produção na ordem de 1,6% em relação a 2018, após crescimento 6,5% no ano anterior. Nesse mesmo período, a Neugebauer apresentou crescimento de dois dígitos em seu volume, aumentando sua participação na indústria brasileira e fechando 2019 sendo responsável por 2,6% da produção nacional de chocolates. No Estado, a marca é a terceira mais consumida do mercado, com 16,9% de marketshare, de acordo com dados da Nielsen 2019. O Rio Grande do Sul, representa, aproximadamente, 11% do mercado nacional de chocolates, segundo a Nielsen.
A Neugebauer conta hoje com cerca de 430 colaboradores na planta em Arroio do Meio, entre operação e apoio. Ao total, são 630 funcionários atuando na empresa. A produção média por dia da fábrica é de 65 mil quilos de chocolates, 38 mil quilos de candies e 18 mil quilos de doce de leite, totalizando 121 mil quilos de produção diária.
A Chocolates Divine, de Encantado, está satisfeita com o desempenho das vendas na região, RS e SC. Porém, como muitos estabelecimentos vão manter os produtos nesta semana, terá uma avaliação mais precisa das vendas na próxima semana.