Desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Estado, diversas ações de prevenção vêm sendo adotadas pelo Governo Estadual e gestores municipais. Os atendimentos nos postos de saúde foram reduzidos significativamente, principalmente para evitar a aglomeração de pessoas, o que pode ampliar o contágio. Casos de urgência e emergência, bem como suspeitos para coronavírus, passaram a ser o foco dos profissionais dos postos.
Cirurgias e exames eletivos também não estão sendo feitos. Na área de abrangência da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), a estimativa é de que aproximadamente cinco mil exames e consultas com especialistas deixaram de ser feitos em um mês. O coordenador-adjunto, Ederson da Rocha, revela que os procedimentos oncológicos são uns dos poucos que seguem normais. Na sua avaliação, é um momento difícil, mas o mundo todo passa por ele. “Talvez seja um momento de reflexão para o mundo, para se perceber a necessidade de capacitar melhor o sistema de saúde”, observa.
Para os hospitais há falta de receita, com menos internações, principalmente em função das cirurgias eletivas. O mesmo ocorre com os prestadores de serviços ambulatoriais. “É todo um sistema, que sempre era lotado e que vai represando muito. A volta vai ser muito complicada”, pontua. Além da demanda, que será alta, há o aspecto financeiro, visto que muitos recursos da saúde estão sendo usados no enfrentamento ao coronavírus, o que pode trazer incertezas para o futuro.
Por mais que as medidas tragam impacto em cadeia, Ederson defende que são necessárias para achatar a curva de disseminação e contágio pelo coronavírus e preservar vidas. Nos 37 municípios da 16ª CRS são 19 hospitais, mas a grande maioria não dispõe de leitos de UTI. Os hospitais Estrela e Bruno Born, referência para muitos municípios da Região, somam 20 leitos de UTI preparados para o tratamento da Covid-19. O coordenador-adjunto lembra, no entanto, que o SUS é universal e que os leitos podem ser usados por pessoas de outras regiões, caso houver demanda e vagas disponíveis.
Arroio do Meio
A reorganização dos atendimentos na rede de saúde do município tem acolhido as principais demandas da população, apesar das restrições. Receitas continuam sendo emitidas e a distribuição de medicamentos segue. A demanda é de pacientes eletivos. “Temos, no geral, 100 pacientes aguardando a primeira consulta. Esse número totalizando todas as especialidades cirúrgicas, pé, mão, braço, e outros procedimentos. As cirurgias que já estavam agendadas foram e estão sendo realizadas, assim como as de urgência. Para oftalmologia, em Encantado, são 146 pacientes. Essa demanda sempre foi grande”, informa o secretário de Saúde Gustavo Zanotelli.
Pouso Novo
Os procedimentos eletivos também são a maior demanda reprimida no município. Conforme a secretária de Assistência Social, Kelin Brock, que também responde pela secretaria de Saúde, esta é a realidade de todos os municípios. Na rede de saúde municipal, os atendimentos reduziram drasticamente e a prioridade são os atendimentos de urgência e emergência. As receitas para medicação controlada foram facilitadas para que idosos não precisem ir até o posto.
Em função das aulas estarem suspensas, muitas pessoas não têm como se deslocar do interior para o centro, o que também contribui para que haja menos procura na saúde. Além disso, o comércio com atendimento restrito inibia o deslocamento para a área urbana.
O município segue sem casos suspeitos e trabalha na prevenção, com distribuição de panfletos e usando carro de som e a rádio local para informar os moradores. O quadro de funcionários da Saúde trabalha com carga horária normal, sem dispensas até o momento. “Estamos fazendo o possível para não mexer no quadro de funcionários”, observa Kelin.
Marques de Souza
O vice-prefeito e secretário da Saúde, Lucas Stoll, acredita que a redução dos atendimentos clínicos se aproxima dos 80% na unidade municipal. A prioridade são casos mais urgentes. Nas especialidades de psiquiatria a queda deve chegar a 30%. Na pediatria, a redução dos atendimentos foi considerável num primeiro momento, com baixa procura, seguida de um pequeno aumento. A distribuição de medicação é feita a domicílio, assim como a vacinação contra a gripe, o que contribuiu para que um número maior de pessoas fosse imunizado.
Quanto aos exames eletivos e cirurgias, Lucas lembra que todos atendimentos na região metropolitana de Porto Alegre estão temporariamente suspensos. Só os procedimentos oncológicos e a hemodiálise seguem com normalidade.
O município recebeu testes rápidos do Estado e também fez a aquisição de outros, que ainda não foram entregues. Não há casos confirmados, mas algumas pessoas estão sendo monitoradas, embora não apresentem sintomas graves.
Capitão
No município, o cenário não é muito diferente. O vice-prefeito Daniel Hunhoff, que também responde pela secretaria de Saúde, observa que os atendimentos reduziram consideravelmente neste um mês de medidas restritivas. A renovação de receitas foi facilitada e as consultas com médicos especialistas foram reduzidas porque estes profissionais não estão atendendo. Daniel informa que as cirurgias eletivas que foram canceladas serão feitas num segundo momento, quando a situação for mais favorável.
O município não tem nenhum caso suspeito e segue com servidores da saúde disponíveis para tirar dúvidas da população 24h por dia.
Travesseiro
Assim como os demais municípios, os atendimentos da secretaria de Saúde foram remanejados, focados em urgências e emergências. De acordo com a secretária da pasta, Eliana Hofstetter, os atendimentos tiveram queda superior a 50% nos últimos 30 dias. Os atendimentos de pediatria e ginecologia estão sendo retomados, mas com precaução.
Cirurgias eletivas, exames e consultas com especialistas estão suspensas num geral. A informação é de que alguns atendimentos devem retornar nos próximos dias, com as devidas medidas de precaução.
Travesseiro não tem casos suspeitos ou confirmados de coronavírus.