A rachadura do níquel que sustentava uma bomba de 150 kg no fundo do poço artesiano da Associação da Água do Morro São José, em Arroio do Meio causou a interrupção no abastecimento de água potável. O fato ocorreu na sexta-feira, dia 21, mas só foi percebido no sábado de Carnaval.
De acordo com o presidente da entidade, Valdir Polônio, a empresa que foi contratada para dar suporte técnico, a Eco Diehl de Estrela, tentou todas as alternativas para puxar a bomba de volta, mas o ‘pescador’ emperrou. Além da bomba que ficava numa profundidade de 420 metros, caíram o cabo de energia e 56 canos de PVC. O prejuízo é de R$ 30 mil só em equipamentos perdidos.
O reservatório de 40 mil litros da entidade e os reservatórios dos associados, que somam 60 mil litros, secaram. A prefeitura até apoiou no abastecimento de água para suprir a demanda de serviços, entretanto, a falta de um caminhão apropriado na região para o transporte de água potável, impede uma solução completa.
Conforme Polônio o poço foi perfurado há mais de uma década num programa da Funasa. Entre os associados estão uma granja de ovos férteis, que está utilizando água de uma fonte natural, e seis empreendimentos turísticos.
Na noite de quarta, dia 4, foi convocada assembleia da diretoria e 57 sócios para prestação de contas em torno de despesas e alternativas para o reabastecimento. O encontro teve a participação de representantes do Poder Público e da Corsan. Como a perfuração de um novo poço custa aproximadamente R$ 150 mil, e o município já possui um convênio com a Corsan, houve um entendimento de que a estatal deve atender a localidade.
De acordo com o gerente da Corsan, Jaime Luís Bersch, a tendência é de que a localidade seja abastecida por uma rede que já abastece parte da localidade de Dona Rita e Dom Pedro II, que tem vazão suficiente para atender a demanda. Serão em torno de 2,5 km de novos canos, que serão colocados perto da estrada que dá acesso à localidade. A política de trabalho da empresa impede a colocação da rede em linha reta, visando reparos futuros. A existência de energia elétrica nas imediações também é necessária para o funcionamento das bombas de recalque.
Ao que tudo indica nos primeiros 30 dias, o abastecimento de água será bastante precário. Outro entrave será a burocracia para repassar a entidade ao município, e incluir a localidade na área de atuação da Corsan, que depende de interlocuções com direção estadual da Companhia.