O vice-prefeito de Travesseiro, Sérgio Nied, que estava no exercício do cargo de prefeito, assinou decreto na terça-feira, dia 24, determinando situação de emergência em todo município por conta da estiagem que vem causando prejuízos nas lavouras de milho em grão e silagem, soja, na produção de leite, através da situação crítica das pastagens, e hortifrutigranjeiros, além da falta de água para o consumo humano e de animais, com os arroios e o rio Forqueta apresentando níveis baixíssimos. A situação é atestada através de um levantamento efetuado por Carlos Dexheimer, chefe do Escritório da Emater de Travesseiro em conjunto com a secretaria da Agricultura.
No relatório consta a falta de chuva desde a segunda quinzena de novembro, tendo como agravante o fato de que na primavera, em especial nos meses de setembro, outubro e na primeira quinzena de novembro, que corresponde ao principal período de preparo das lavouras, ocorreram seguidas precipitações com volumes muitos altos, impossibilitando o adequado preparo das lavouras ou atrasando o plantio.
O levantamento apresenta perdas de 50% na cultura do milho em grãos, onde o município tem uma área plantada de 300 ha e uma produtividade prevista de mais de 6,1 mil kgs/ha. O valore da perda é calculado em mais de R$ 647 mil. No setor de milho silagem, onde o município possui uma área plantada de 1,1 ha, com uma previsão de produtividade de 36,5 mil kgs/ha, a perda é estimada em 50%, totalizando mais de R$ 3,6 milhões. Na cultura da soja, que apresenta uma área plantada de 175 ha e uma produtividade de mais de 3,3 mil kgs/ha, a perda é estimada em 40% o que representa valores de mais de R$ 331,6 mil para os produtores.
As perdas na bovinocultura do leite são atribuídas principalmente à situação critica das pastagens, prejudicadas com a falta de rebrote. Outro agravante é a falta de água para os animais. A perda dos 149 produtores cadastrados no município, que apresenta uma estimativa de produção de seis milhões de litros de leite por ano, chega a 30%. Em valores este cálculo estima perda de R$ 1.188 milhões. O relatório da Emater também registra perdas na produção de hortifrutigranjeiros, onde os prejuízos se aproximam de R$ 166 mil. Na soma total de todos os prejuízos causados pela falta de chuva o valor se aproxima em R$ 6 milhões.