O reajuste salarial de 3,3% concedido a prefeito, vice, secretários municipais e vereadores de Arroio do Meio, aprovado por unanimidade na sessão do dia 8, repercutiu nas ruas e nas redes sociais. O percentual foi o mesmo dado aos demais servidores municipais ativos e inativos.
O diretor da Câmara de Vereadores, Márcio André Cazotti, ressalva que na última década, os reajustes concedidos aos agentes políticos sempre foram inferiores ao Índice Geral de Preços Médios (IGPM), e que em muitas vezes sequer acompanhou a evolução dos salários do quadro de servidores concursados. Ainda enfatiza que o município é um dos poucos que não concede diárias, as quais têm sido motivo de questionamentos em outros municípios.
Por outro lado, alguns contribuintes, afirmam que, apesar do reajuste não ser anual, o salário dos políticos de Arroio do Meio é bem mais elevado do que o salário médio dos trabalhadores, e até supervalorizado em comparação com representantes e chefes do Estado e da Presidência da República, entre outros, dadas as proporções e responsabilidades.
O músico José Luís Liesenfeld, morador de Picada Arroio do Meio, avalia que é um erro, vincular o reajuste dos servidores ao dos agentes políticos. “É preciso separar o joio do trigo. É obvio que um gari ou um professor precisam ser valorizados, mas os políticos recebem muito, por uma dedicação que nem sempre é integral. Evidencia uma total falta de consciência aprovar um reajuste num momento em que a maioria dos agricultores acumula prejuízos com a estiagem”, dimensiona.
No entanto, pessoas ligadas ao meio político, afirmam que uma desvalorização é passível de desmotivação e de desqualificação e, praticamente, inviabiliza uma carreira exclusiva na política, devido aos elevados custos de campanha e da vida pública.
Nos últimos anos, os secretários municipais foram desvinculados dos agentes políticos, porque o Tribunal de Contas, entendeu que, por se tratarem de técnicos, deveriam ter o mesmo tratamento dos servidores públicos.
Nos demais municípios da área de atuação do AT, apenas, a Câmara de Pouso Novo rejeitou o reajuste dos agentes políticos. Os servidores públicos receberam 5,12%. Em Travesseiro, o tema deve ser apreciado em fevereiro, depois do recesso. A base de cálculos ainda não foi definida.
Já em Porto Alegre, está em debate um reajuste de 30%. O prefeito da Capital, Nelson Marchezan Jr, recebe atualmente cerca R$ 19 mil.