A supressão de algumas árvores e o corte de galhos na barranca do rio Taquari, na trilha que dá acesso ao Salto, no travessão São Caetano, imediações da Curva da Ventania e do São José de Palmas, reacendeu antigos impasses, entre proprietários de terras, veranistas e cerealistas. O fato ocorreu há cerca de três semanas, inicialmente com supostas trocas de acusações nas redes sociais, ofensas pessoais e até agressões físicas.
Os veranistas formalizaram a denúncia da supressão da vegetação na página on-line da Fepam e no Departamento Municipal do Meio Ambiente de Arroio do Meio. Tanto o Grupo de Patrulhamento Ambiental da Brigada Militar (GPA-BM) como a BM, negaram terem sido procurados para o registro de ocorrências.
A indignação dos banhistas é com o fechamento do acesso ao local público de veraneio, que estaria descumprindo uma liminar de meados de 2000. “Tiraram árvores que faziam sombra. Volta e meia tentam obstruir o acesso, alegando que os veranistas estragam as lavouras, só que os próprios agricultores não respeitam a faixa de domínio da via, que deveria ter no mínimo seis metros de largura”, argumenta um banhista que não quis se identificar e garantiu o respeito ao meio ambiente com finalidade somente recreativa.
Por outro lado, agricultores, revelaram que o impasse vai além de simples algazarras. Segundo eles, apenas o travessão que dá acesso a barranca é de domínio público. A antiga estrada que existia na parte baixa da barranca, aberta excepcionalmente na seca de 1945, para utilidade pública e sobrevivência de animais, acabou sendo afetada por desbarrancamentos e enchentes e não existe mais.
Apesar dos apelo visual e histórico – era lá também que os aquaviários que transportavam alimentos para parte alta da região pernoitavam quando o rio estava muito baixo. Nunca houve um porto, travessia ou balneário no local, diferentemente do que ocorre no Passo do Corvo e Cascalheira.
Na parte superior, onde estão as lavouras, as estradas paralelas ao travessão são consideradas particulares. Segundo apuração da reportagem do AT, inexiste um consenso entre os próprios proprietários das áreas em torno do uso dessas estradas. Mas estão sendo buscadas soluções.
A trilha de acesso ao rio é feita por uma diagonal pela própria barranca. A única queixa dos agricultores é quanto a danos nas lavouras, provocados por veículos que se locomovem nas estradas de uso restrito, furto de milho e descarte inadequado do lixo no entorno. Por isto, a orientação é que os veranistas deixem o carro junto ao final do travessão, onde há espaço para alguns veículos.
Conforme eles, a algazarra já diminuiu consideravelmente e ninguém é contra o acesso ao Salto, porém, ressalvam que o local não é o mais adequado para banho, não possui instalações sanitárias, salva-vidas, tem pontos profundos e poluição, podendo ser negativo para os próprios banhistas.
O fiscal do Departamento do Meio Ambiente, Leonardo Dalmolin Matzenbacher, não identificou irregularidades no travessão que é público. Quanto à supressão na barranca, revela que sem flagrante é complicado identificar autores, porém, o proprietário da área pode ser notificado para dar explicações.
O prefeito Klaus Werner Schnack, revelou que será resgatada a antiga decisão judicial que todos os cidadãos devem respeitar.