Esteve em Arroio do Meio, na semana passada, para aferir a entrega de repasses para segurança pública, o deputado federal Dionilso Marcon (PT). Ao todo, estão sendo repassados R$ 193 mil que contemplam uma viatura nova para Polícia Civil, coletes balísticos e investimentos em videomonitoramento.
Aos 54 anos, Marcon, que é morador de um assentamento agrícola em Nova Santa Rita, está no seu sexto mandato legislativo. Destes, três como deputado estadual e três na Câmara Federal, sendo o 5º deputado federal mais votado do RS nas últimas eleições.
Natural da Rondinha, onde era suinocultor, teve o início da carreira ligado ao STR local, paróquia e futebol e, posteriormente, foi líder do MPA. Entre amizades antigas com pessoas do Vale do Taquari, além de políticos, estão alguns produtores de suínos de raça, como Osvino Albert e Elda Carmen Scheuer. Sua principal base eleitoral é a agricultura familiar.
Em visita ao AT, afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma da Previdência é um crime contra os trabalhadores. Segundo ele a retirada da contribuição previdenciária do Tesouro Nacional e seu direcionamento para capitalização nos bancos, evidencia a influência dos banqueiros no financiamento eleitoral. Além disso, o fim de exigência para orçamentos mínimos para saúde e educação, completa a desconstitucionalização de pilares fundamentais para igualdade social.
Em sua ótica, o desvinculamento do repasse de, no mínimo, um salário aos aposentados, vai afetar 83% da população. “A nova reforma trabalhista prevê contratos que inviabilizam uma contribuição sadia. Vai dividir de vez a elite e o povo. Ficará complicado para quem não tem família. Muitos não vão receber 40% de um salário mínimo, como já ocorre em outros países, como o Chile”, dimensiona.
O deputado defende ajustes por categorias, especialmente as mais privilegiadas, e a cobrança dos devedores. Segundo ele, a regra do fator previdenciário 85/95, que soma idade e tempo de contribuição, e as novas regras para o funcionalismo público, desde 2003, foram grandes acertos dos governos petistas. Soma-se a isso, os estímulos a geração de empregos que, além de aquecer a economia resultaram em um aumento nas contribuições.
Marcon explica que a PEC deve ser votada em até 40 semanas e que, no momento, a oposição tem apenas 134 dos 190 votos necessários para reverter a situação. Em resposta a um questionamento quanto à queda de popularidade do PT para buscar apoio das bancadas do Centrão e mobilização popular, foi enfático: “infelizmente quem perde é o povo, não o PT. As pessoas precisam procurar seus representantes e ir para as ruas”, complementou.
Acompanharam a visita, o chefe de gabinete Benhur Freitas, a vice-prefeita Eluíse Hammes e os integrantes do diretório municipal do PT Paulo Kuhn e Rosalina Feldens.