A temperatura próxima dos 40 graus registrada nesta semana fez muitas pessoas reclamarem da exaustão provocada pelo mormaço. E se estava quente para quem trabalha protegido do sol, para quem trabalha mais exposto, a sensação térmica chegou próxima aos 50 graus.
É o caso dos calceteiros, profissionais responsáveis pela colocação de paralelepípedos nas vias urbanas. Osmar Paulo Mendes, 54 anos e Daniel Luciano Martins, 33 anos, moradores do bairro Navegantes, respectivamente com 20 e 14 anos de atuação no ramo, prestam serviços em praticamente todo o Rio Grande do Sul.
Nesta semana estiveram executando uma pavimentação na rua Rio de Janeiro, bairro São Caetano, nas imediações do Posto Fórmula. Devido aos problemas de pele, Osmar só trabalha pela manhã. Já Daniel trabalha o dia inteiro.
Segundo eles, suportar o calor e os raios solares é uma questão de condicionamento físico e adaptação da pele. “Passamos protetor, mas nem sempre é possível ficar reaplicando. A exposição solar não pode ser repentina e sim gradativa. Nos hidratamos bastante e fizemos intervalos para descansar. Apesar do calor, a sensação de liberdade de trabalhar na rua é maior que em outros ambientes. Muitos trabalham no ar condicionado e reclamam mais do que a gente recebendo salários melhores”, comparam.
Por dia, em média, cada profissional consegue colocar entre 40 a 50 metros quadrados de paralelepípedos. “No inverno a chuva atrapalha o rendimento e o frio deixa a pele muito sensível e suscetível a pequenos ferimentos”, expõem.
Outras profissões no segmento de asfaltamento também são exaustivas. Já os agricultores precisam aproveitar ao máximo os dias de tempo firme para garantir a safra.