O governo federal anunciou nesta semana o Plano Safra 2018-2019 para a agricultura familiar. O montante de recursos financeiros será de 31 bilhões de reais, o que representa 1 bilhão de reais acima do valor alocado na safra anterior.
O Plano divulgado não agradou à categoria da agricultura familiar, sobretudo considerando a manutenção da taxa de juros, que foi definida em 4,6% ao ano, um pouco abaixo da anterior, que era de 5,5%. Segundo líderes dos pequenos produtores rurais, o novo percentual fixado deve ficar acima dos índices oficiais de inflação deste ano, projetados pelo próprio governo.
Outro fato que deve motivar, inclusive, uma mobilização dos agricultores familiares, é a mudança nas regras do Pronaf. A perda de bonificação para quem paga com pontualidade débitos decorrentes de financiamentos é objeto de manifestações de descontentamento e de protestos.
Dirigentes sindicais da classe trabalhadora rural já vinham reclamando da falta de recursos para vários programas oficiais de seu interesse, lembrando Projetos de Reforma Agrária e Habitação Rural, bem como a própria assistência técnica, áreas que tiveram reduzidas dotações no orçamento da União para este ano.
Exportações de suínos diminuem em junho
As exportações de carne suína estão registrando uma marca muito preocupante neste mês de junho. Comparando o período com o mesmo mês do ano passado, há uma queda de mais de 52%.
Os fatores que contribuíram decisivamente para este resultado negativo foram os 11 dias de paralisação dos caminhoneiros e na sequência a discussão envolvendo a tabela mínima de fretes, polêmica que ainda não tem solução.
A volta à normalidade nesta cadeia produtiva de suínos, com certeza não ocorrerá em um curto espaço de tempo. Prova disto são as medidas anunciadas por algumas empresas do setor de frigoríficos, como, por exemplo, a concessão de períodos de férias coletivas de milhares de trabalhadores, interrompendo o fluxo de produção. Produtores integrados, transportadores, operários, exportadores, são segmentos que sentirão os efeitos deste quadro. Reflexos na economia, como um todo, virão daqui a algum tempo.
A onda dos convênios
A proximidade do período eleitoral apressa a celebração de convênios, de iniciativa dos governos federal e estadual. A meta é resolver tudo até o próximo dia seis de julho, data limite para uma série de ações. Dez municípios da região foram convocados, nesta semana, para assinatura de convênios relativos à Consulta Popular 2017 e outros tantos tiveram a oficialização de promessas de obras de asfalto. Se durante três anos e meio o Estado não tinha, confessadamente, recursos para tais obras, agora se repete um procedimento já conhecido de longa data. Esta estratégia é velha, como é velha a forma de politicagem aplicada, iludindo, irresponsavelmente, comunidades e populações de várias cidades.
Nós não podemos reclamar de políticos corruptos, se, na condição de eleitores, aceitamos, tão facilmente, benefícios ou meras promessas oportunistas, sempre em vésperas de eleições.