Arroio do Meio – A retração econômica afeta vários setores do mercado brasileiro. Entre eles, a comercialização de veículos novos e usados. Apesar do cenário desfavorável, empresários do ramo de revenda de veículos do município acreditam na retomada da economia, que segundo eles, deve acontecer aos poucos, uma vez que o setor já apresenta melhoras.
Em Arroio do Meio estão instaladas 11 revendas de veículos usados. Algumas delas comercializam também veículos novos. Um levantamento feito pelo AT apontou que todas as lojas juntas oferecem 315 veículos para vendas.
Despesas são altas
O proprietário de uma revenda, Fernando Kunz, possui 40 veículos em sua loja, todos de sua propriedade. Ele afirma que os custos para manter o estabelecimento são altos. Cerca de R$ 15 mil por mês. Além das despesas fixas como aluguel, água, luz, telefone e funcionários, há ainda as despesas com os veículos como IPVA e outros encargos. “Só nesse último ano paguei de IPVA cerca de R$ 25 mil. Sai caro mantê-los em dia”, revela.
Fernando alega que as vendas começaram a despencar no início de 2015 e, neste ano, caíram ainda mais. Cerca de 50% na comparação com o ano anterior. Apesar da queda nas vendas o empresário se mostra otimista. Acredita que a melhora deve iniciar ainda este ano, porém será de forma gradativa mês a mês. “Acredito que até 2018 a situação deve se regularizar. Mas será aos poucos. Um pouco ao mês”, avalia.
Economia gera receita
Para driblar a crise, outro empresário adotou medidas drásticas. Ivanir Neumann possui em sua revenda cerca de 25 veículos. Destes, metade é de sua propriedade e o restante é de terceiros que deixam os veículos para serem agenciados. Assim reduz custos com IPVA e outros encargos.
Outras medidas foram adotadas para reduzir custos da loja que tem custo mensal fixo de R$ 8 mil. O corte de funcionários foi a principal delas. Hoje trabalham na loja ele, a esposa e um cunhado que faz a lavagem dos carros duas vezes por semana. “Trabalhando em família economizo cerca de R$ 25 mil ao ano”, revela.
Para diminuir ainda mais os custos, Neumann foi além. Alguns serviços, como internet, celular e telefone fixo foram revistos e alguns até cancelados. “A conta de energia elétrica subiu muito. Estávamos gastando aproximadamente R$ 200, ao mês. Agora, não passa de R$ 80. Anteriormente ligávamos as luminárias as quais ficavam funcionando durante toda a noite. Atualmente desligo às 21 horas. Isso permitiu a economia”, observa.
Para o empresário, a pior fase já passou. Ele revela que em 2015 as vendas caíram 18% na relação a 2014. Porém, em 2016, o crescimento na comercialização de veículos usados em sua loja é de cerca de 20%. Os clientes têm optado pelo pagamento à vista, evitando taxa de juros elevados e longos financiamentos.
Economia forte e diversificada
Lair José Fritzen, proprietário de uma revenda de carros e motos, afirma que em 2015 as vendas na loja superaram as de 2014. Já o período corrente, vem sendo o pior ano. Contudo, Fritzen se mostra otimista e concorda com os demais dizendo que a venda de veículos deve melhorar nos próximos meses, uma vez que a economia regional é forte e diversificada. “Aqui no Vale temos trabalho e renda. No que diz respeito às vendas depende da habilidade de cada um para melhorar seus resultados”, explica.
Alternativas para vender
Os sócios proprietários de uma revenda situada às margens da ERS 130, Enio e Élio Meneghini também amargam uma queda nas vendas, em média 30% desde o início do ano passado. Acreditam que o setor deve melhorar no segundo semestre deste ano, mais precisamente a partir de agosto. “Ninguém sabe o que está por vir. O mercado está muito instável. Mas não está de todo ruim. Em alguns meses vendemos razoavelmente bem, em outros nem tanto”, revelam os sócios.
Para driblar a retração econômica adotaram alternativas para lucrar em época de vacas magras, implantando a modalidade de consórcio. A cada mês um cliente é sorteado em reuniões que acontecem na própria revenda. A vantagem dessa modalidade são os juros que são bem menores. “Sempre procuramos alternativas para vender. Esse é o nosso diferencial. Se destacar no mercado. O que o cliente quer é vantagens na hora de adquirir um bem”, observa Meneghini.