Marques de Souza – A agroindústria de processamento de ovos de codorna Conservas Diná, da localidade de Linha Bastos, em Marques de Souza, está autorizada, desde outubro do ano passado, a comercializar os seus produtos em todo o território brasileiro. O certificado foi obtido por meio do escritório de Lajeado do Serviço de Inspeção Federal (SIF) – ligado ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Todo o processo foi acompanhado pela Emater/RS-Ascar, que apoia o empreendimento desde antes de sua legalização nas áreas sanitária, tributária e ambiental, o que ocorreu há três anos.
Feliz com a conquista, um dos responsáveis pelo empreendimento, o jovem Diego Vetorello, projeta um crescimento de cerca de 30% nas vendas entre este e o próximo ano, com a possível ampliação de mercado, inclusive o externo. Atualmente são comercializados por mês quatro mil vidros de 300g (drenado) da conserva ao valor de R$ 5,50, além de 400 baldes de 2,1kg, que são destinados a atender a demanda de restaurantes e outros estabelecimentos que trabalham com públicos maiores. “Hoje, fornecemos para mercados de diversos municípios do Vale do Taquari e de fora dele também”, explica.
A ideia de abrir uma agroindústria para a produção de ovos de codorna, de acordo com Vetorello, é fruto de uma percepção bastante pessoal, da época em que trabalhava para uma empresa que comercializa peças e serviços para caminhões, há mais de seis anos. “Viajávamos muito para fazer as praças e sempre perguntava, em cada restaurante, sobre ovos de codorna”, relata. Isso fez com que o jovem percebesse o fato de haver uma forte demanda pelo produto. “E como sempre sonhei em ter algum negócio que fosse meu, vi ali a oportunidade que precisava para mudar a minha vida”, conta.
O começo não foi fácil. “A comercialização de cerca de 500 vidros do produto por mês, de maneira informal, para amigos, vizinhos e parentes, foi um processo trabalhoso e exaustivo e que exigiu muita persistência”, explica. Hoje orgulhoso de seu empreendimento – que mantém ao lado da esposa, do pai e de mais três funcionários – Vetorello lembra que a família praticamente “aprendeu fazendo”, num processo que envolveu muito estudo, cursos e paciência. “Hoje podemos dizer, de cabeça erguida, que o nosso produto tem muita qualidade”, enfatiza.
À Emater/RS-Ascar coube o apoio em todas as etapas da consolidação do empreendimento, passando pelo suporte em projetos de crédito via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), até chegar a documentação necessária para a legalização definitiva. Além dos investimentos com recursos próprios para construção do prédio e compra de equipamentos, Vetorello também teve acesso a R$ 10 mil – com bônus adimplência de 80% – via Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), resultado da conquista de recursos via Participação Popular e Cidadã. (PPC).
Para o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar de Marques de Souza, Diego de Oliveira, o município começa a construir uma espécie de tradição no que diz respeito ao processo de agroindustrialização. “Atualmente são sete legalizadas e mais duas atuando na informalidade, que poderão dar esse passo em seguida”, salienta. Especialmente após a aprovação, pela Câmara de Vereadores, do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf/RS).