O primeiro de quatro Projetos de Condomínio de Leite da Cooperativa de Suinocultores de Encantado Ltda (Cosuel) entra na fase de operação a partir da próxima quinta-feira, dia 10, no município de Nova Bréscia.
Esse assunto foi bastante enfatizado nesta coluna há pouco mais de um ano, porque a Dália Alimentos tinha a definição de instalação de quatro projetos e Arroio do Meio demorou um pouco para habilitar-se a uma das plantas, ficando as outras para Nova Bréscia, Roca Sales e Candelária.
Cada um dos quatro projetos terá um investimento de cinco milhões de reais, além da participação dos respectivos municípios com área de terras e parte da infraestrutura que o empreendimento requer, como abastecimento de energia e água.
O projeto de Nova Bréscia representa um modelo e experiência inédita no âmbito de Brasil e América Latina, pois ainda não temos situações análogas ou idênticas.
Estabelecido em uma área de 13 hectares, o empreendimento de Nova Bréscia terá um plantel de 262 vacas e o envolvimento direto de 15 famílias de produtores rurais em um formato associativo.
Na medida em que os demais condomínios forem se concretizando, o projeto estima contar com a cooperação de 60 famílias, somando um plantel de gado leiteiro de 1048 animais e o sistema de ordenha será robotizado, com equipamentos importados da Suécia.
A iniciativa da Cosuel é uma aposta no incremento da produção de leite na sua área de abrangência, que precisa de criatividade e de um revigoramento para manter-se viável e com sobrevida. Pois debate-se, exaustivamente, a sucessão nas pequenas propriedades familiares e muitas dessas correm o risco de extinção, caso não acontecer algum fato novo ou uma remotivação.
A constituição desses condomínios possibilita um maior uso de tecnologia, um trabalho organizado, a soma de experiências na atividade, através do grupo de produtores, a utilização de áreas de terras para a produção da alimentação dos animais alojados em um espaço comum e evidentemente, um bom controle da produção em todos os seus aspectos (quantidade e qualidade).
Se esses condomínios conseguirem consorciar a teoria com a prática, não restam dúvidas de que os projetos prolongarão, em muito, a atividade de produção de leite na nossa região em um modelo que propõe a redução dos custos de produção, com o recurso da tecnologia e sanidade, podendo atender, de maneira mais competente, às exigências do mercado, interno, mas principalmente o externo.
Código Florestal gera conflito
O atual Código Florestal Brasileiro trouxe novidades e dentre essas constam dispositivos que tratam das distâncias que devem ser mantidas, como áreas de Preservação Permanente, ao longo de rios, arroios ou fontes de água. A princípio os pequenos produtores rurais teriam que respeitar uma margem de 5 a 15 metros.
No entanto, o Ministério Público Estadual, segundo a FETAG/RS, teria um entendimento diferente, a ponto de propor, aos agricultores, Termos de Ajustamento de Conduta – TAC, adotando procedimentos em desacordo ao Código.
Esses posicionamentos divergentes podem resultar, inclusive, em ações judiciais, de iniciativa das entidades classistas, na convicção de que a Lei maior deva prevalecer.