Arroio do Meio – A região contabiliza pelo menos cinco focos de ferrugem asiática nas lavouras de soja. Um deles foi detectado na propriedade de Edelfo Lagemann, em Passo do Corvo, na semana passada. O quadro foi revertido graças à aplicação de fungicidas.
O produtor estranhou a existência de uma mancha cor marrom na cabeceira da lavoura. Justamente no local que não foi atingido por acaricidas durante a pulverização para o controle de ácaros, feita em dias anteriores. Diante da suspeita, Edelfo procurou a assistência técnica rural. “Há cinco anos a produção caiu pela metade em decorrência da ferrugem. Teve gente que perdeu tudo”, relata.
Em média, o agricultor faz de quatro a cinco aplicações de fungicidas por safra. Apesar da pulverização gerar perda de aproximadamente 2%, por meio do esmagamento, ele garante que a prevenção vale a pena. “Os pulverizadores são os implementos mais importantes de uma propriedade”, observa.
A colheita da soja inicia dentro de três semanas e deve se estender até o fim de abril.
Segundo o técnico agrícola Henrique Telöken, o Estado já contabilizava 60 focos quando os primeiros foram detectados na região, há duas semanas. Para o fungo se desenvolver, é necessário um triângulo de fatores: a planta hospedeira, o fungo e o clima quente e úmido – as folhas molhadas por um período de seis horas, inclusive o próprio sereno, já bastam. “Não é o caso da chuva forte que lavaria o fungo”, detalha.
Telöken relata que a ferrugem se espalha pelo vento. Tanto é que há oito anos esses casos não existiam no Estado – só na região Centro Oeste do país. Geralmente o produtor notifica a assistência técnica agrícola, que realiza exames preliminares. Em caso de suspeitas, amostras são encaminhadas aos laboratórios da Universidade de Passo Fundo e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para análise.
Se confirmada a presença do fungo, é feita uma avaliação dos danos econômicos que podem ocorrer na lavoura, mediante ao estágio do ciclo de produção – se está ou não, próximo da colheita. A perda pode chegar em até 50%.
A planta seca e morre. Começando pelas folhas de baixo, que geralmente não são atingidas pela pulverização de preventivos. O técnico reforça que as folhas guardam toda a reserva nutricional da soja para o enchimento do grão. Por isso é importante preservar o maior número de folhas durante o ciclo produtivo.
As principais doenças que atingem a lavoura de soja são as DFC’s – complexo de doenças de final de ciclo, como o oídio, antracnose e mancha parda, que em comparação com a Ferrugem Asiática, não causam danos tão significativos. Além de pragas como lagartas, percevejos, ácaros, mofo branco, trips e mosca branca.
O controle geralmente é feito com o uso de defensivos químicos – com exceção de combate à ação das lagartas que é feito com materiais biológicos. Há uma série de produtos disponíveis no mercado e o custo da aplicação por hectare é inferior a um saco de soja.