Respeito e confiança, com certeza são peças fundamentais em qualquer relacionamento. Pequenos detalhes que fazem o casal Alfredo e Maria da Costa celebrar o terceiro casamento. A união que completou 60 anos ontem será comemorada com uma grande festa neste sábado, no salão da comunidade de Linha Marinheira, Capitão. Festejar as Bodas de Diamante é sinônimo de alegria para ambos que estão esperando ansiosamente pela festa, preparada com carinho pelos filhos para cerca de 230 convidados. No dia, o casal trocará as alianças, fato que também se realizou há 10 anos, nas Bodas de Ouro.
Já são 60 anos de companheirismo, respeito e confiança. A primeira troca de olhares aconteceu em um baile de Kerb em Arroio Grande, no ano de 1951. Depois do primeiro encontro, o casal se encontrou em mais duas ocasiões, em Capitão e São Luís. Na época Alfredo tinha 20 anos e Maria 21. O namoro iniciou em junho daquele ano. No Natal ocorreu o noivado e em julho de 1952 o casamento. “Naquela época se namorava a família inteira. Só nos encontrávamos no sábado e domingo de tarde”, lembra Alfredo.
Como para muitos casais, o início não foi fácil. “Quando eu casei o que eu tinha era um cavalo encilhado e a vó uma vaca, uma galinha e outros animais. Meu pai comprou uma terra para mim, onde fizemos uma casinha. A partir daí começamos a trabalhar na roça e levávamos as nossas duas filhas junto. De noite a gente as levava para casa e voltávamos para a roça para trazer o pasto. Não tinha carroça. Era tudo no braço”, conta Alfredo.
Da união nasceram seis filhos, um já falecido, 15 netos e seis bisnetos. Os anos de convivência também reservaram momentos bons e ruins. Um fato que marcou a vida do casal foi a morte da filha mais nova, falecida há 15 anos. Dentre as alegrias, eles citam a comemoração das Bodas de Ouro, o nascimento dos filhos e a boa convivência entre eles, além das inúmeras viagens. Aos 80 anos a memória de seu Alfredo está impecável. Com carinho, lembra-se dos passeios ao lado da esposa e cita os nomes de todas as cidades já visitadas por eles.
Maria e Alfredo gostam de fazer muitas coisas juntos, como ir aos bailes da terceira idade, que por sinal, não perdem nenhum, e as viagens, um hobby que adoram. “A única vez que ele não quis a minha companhia foi quando ele fez a cirurgia de vesícula, no início do ano. Queria ir cuidar dele, mas ele não quis de jeito nenhum”, conta Maria. O marido, aos risos, se defende: “Para que cuidar de mim? Não queria ver ela sofrendo do meu lado”.
Em uma época onde muitos casais separam-se pouco tempo depois do casamento, a história do casal de Linha Marinheira, passa a ser um exemplo para muitas pessoas. “Acredito que o principal segredo de todos esses anos de convivência está em aceitar um ao outro, colaborar, ter paciência com o companheiro e aceitar as diferenças”, salienta Maria. O marido concorda com a afirmação da esposa e complementa “muitas vezes ela me xinga, mas eu relevo”.
Para os próximos anos a expectativa é de uma boa convivência, que nenhum dos dois fique doente e continuem viajando e se divertindo bastante. Como diz seu Alfredo, “que venham mais 20 anos de dança pela frente”.