A volta da chuva foi a melhor notícia do ano para os agricultores. Num Estado que tem quase a metade do seu Produto Interno Bruto (PIB) gerado pelo agronegócio, a chuva que outrora era noticiada como tempo ruim virou agora tempo bom. Cerca de 17 mil hectares de milho não foram cultivados na região em virtude da estiagem e as perdas nas lavouras cultivadas não serão revertidas. Mas a possibilidade do plantio após as precipitações no Vale do Taquari geraram ânimo e esperança aos produtores para amenizar os prejuízos e garantir o estoque de alimento para o gado.
O secretário da Agricultura de Arroio do Meio, Paulo Grassi, confirma que o plantio da safrinha deve cobrir mais de 500 hectares plantados nas duas últimas semanas. Houve casos em que a semente do programa Troca-Troca, distribuída logo após a chuva nem chegou a ser levada ao paiol, mas diretamente para a plantadeira. Foram 1,3 mil sacas de 20 quilos do governo estadual, entregue pela contrapartida do agricultor na faixa de R$ 90 por saco de tecnologia transgênica e R$ 25 para a saca do milho convencional.
Safra comprometida: o quadro da estiagem, porém, continua irreversível em boa parte do Estado devido às chuvas irregulares e mal distribuídas. A estimativa de produção de grãos no Brasil em 2012 é de 64,6 milhões de toneladas diante de uma previsão de consumo de até 52,4 milhões de toneladas. No RS, as perdas do setor primário acentuam-se a cada novo dia, com forte impacto no Produto Interno Bruto (PIB) e na arrecadação. Estimativas dão conta que a seca também causa prejuízos no Paraguai que deve colher apenas cinco das 8,5 milhões de toneladas previstas; a Argentina 47 das 52 previstas antes da seca e o RS só 8,5 milhões das 12 milhões de toneladas de grãos previstas.