Conheça mais sobre esse sintoma através dos questionamentos feitos à fonoaudióloga Sandra Weber.
AT – Como pode ser definido o zumbido no ouvido? É uma doença? Atinge muitas pessoas? Que sensação ele causa? Geralmente atinge apenas um ouvido ou os dois?
Fonoaudióloga Sandra Weber – O zumbido é um sintoma, não uma doença, relacionado a muitas causas e definido como “a percepção consciente de um som, na cabeça ou nos ouvidos, na ausência de fonte externa”. Calcula-se que 10 a 15% da população geral tenha zumbido, aumentando de 20 a 40% nos idosos. O zumbido pode ser percebido como um chiado, apito, grilo, cachoeira, motor, etc., em uma orelha (geralmente a esquerda), em ambas as orelhas ou na cabeça.
AT – Quais seriam as possíveis causas?
Sandra – As causas são inúmeras, muitas vezes mais de uma causa atuando no mesmo indivíduo. O zumbido pode ser provocado, por exemplo, por problemas de ouvido (tampão de cerume, infecções, exposição ao ruído); problemas metabólicos (diabetes, deficiência de vitamina B, zinco ou magnésio, abuso de cafeína); problemas neurológicos (acidente vascular encefálico, traumatismo crânio-encefálico); problemas odontológicos (perda de dentes, hábito de mascar chicletes, apertar ou ranger os dentes, disfunção na articulação têmporo-mandibular); problemas cardiovasculares (anemia, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca); causas farmacológicas (mais de 70 medicações apontam o zumbido como efeito colateral); problemas emocionais (ansiedade, depressão, síndrome do pânico, fobias)
AT – Deve ser investigado e tratado? Como se dá o tratamento?
Sandra – A causa ou as causas do zumbido vão determinar o tratamento que pode ser uma dieta alimentar, uso de medicação ou uso de aparelho auditivo.
AT – Quando não tratado, pode ter como consequências, a curto prazo, interferência no sono e na concentração, causando irritabilidade e ansiedade, e a longo prazo, a surdez?
Sandra – O zumbido não causa surdez, a perda auditiva é que pode causar zumbido! É fundamental diferenciar o paciente que percebe o zumbido, mas não tem nenhuma queixa daquele que tem associado ao zumbido algum prejuízo na qualidade de vida, como, por exemplo, interferência no sono, incômodo, irritação, dificuldade para relaxar, dificuldade de concentração e confusão. Neste caso, o paciente necessita de apropriada orientação e aconselhamento, desenvolvido por profissional capacitado e experiente. A falta de orientação ou uma orientação negativa do tipo: “não há o que fazer, você terá que aprender a conviver com isto”, além de ser totalmente equivocada, pode agravar o sintoma!
AT – É possível prevenir o zumbido no ouvido? Como?
Sandra – As orientações para prevenir o zumbido são as mesmas orientações para se ter uma boa saúde de forma geral: alimentação adequada e equilibrada, fracionada (várias vezes por dia), não abusar de álcool, praticar atividade física, evitar exposição ao ruído, controlar ansiedade e estresse. Consultar o profissional de saúde auditiva!