O preço médio pago aos produtores brasileiros pelo leite em julho ficou estável em relação a junho, no valor de R$ 0,865 por litro. Em média, os preços de janeiro a julho deste ano ficaram 6% acima da média do mesmo período de 2010. Na região Sul, porém, houve queda nos preços. No Rio Grande do Sul, a redução foi de 3,9% em relação a junho, com o produtor recebendo a média de R$ 0,792 por litro. Nova queda foi registrada em julho. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 0,822 por litro, queda de 3,1%. No Paraná, o preço se manteve praticamente estável, média de R$ 0,863 por litro (queda de 0,9%). Já em São Paulo, o preço médio foi de R$ 0,925 por litro, alta de 2,8%. Em Minas Gerais, houve aumento de 0,8%, para R$ 0,871 o litro.
O índice de captação do leite, medido pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP, aumentou 3,2% em junho em relação a maio, graças ao aumento de 10,5% na captação do Sul, por conta da safra de inverno. Essa época do ano é período de safra no Sul e de entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste, que tem uma representatividade maior na produção de leite. Normalmente, essa safra de inverno do Sul não é suficiente para preencher a lacuna deixada por Sudeste e Centro-Oeste. Como é período de entressafra, é normal o aumento de preços por causa da queda da oferta. No ano passado, o consumidor brasileiro não sentiu tanto o impacto da entressafra de leite no bolso porque o Brasil comprou um volume maior do produto de outros países, sobretudo de Uruguai e Argentina e porque a indústria teve uma redução dos custos de produção.
Teoricamente, após o reajuste no preço até setembro, o custo do leite deverá começar a cair ainda mais, embora o comportamento dos preços mude conforme o ano. Em 2010, o leite teve um comportamento atípico nos preços. A partir de maio, os preços começaram a cair, mesmo no período de entressafra do Sudeste e Centro-Oeste. Isso ocorreu em função de importações, do peso da produção do Sul e da queda de preços de leite longa vida, revela o instituto de pesquisa Cepea.