As ações da natureza se sucedem de forma surpreendente e muitas vezes são imprevisíveis.
Passamos praticamente meio ano enfrentando problemas decorrentes de uma das maiores estiagens das últimas décadas. Todos, mas especialmente os agricultores, tiveram muitos prejuízos como frustrações de safras, perdas em outras atividades econômicas, entre diminuição na produção de leite, redução nos lotes de criação de frangos de corte e de suínos, falta de água potável, com repercussões nos demais setores econômicos do Estado.
Somou-se a esse quadro de desolação a ocorrência da pandemia, aumentando ainda mais as dificuldades do campo e das cidades.
E na presente semana tivemos a “decretação” do fim da estiagem, com eventos climáticos assustadores e anormais. Ciclone bomba, destruições impressionantes nos três estados do sul do Brasil, com ventos muito fortes, chuvas em volumes expressivos, superando a casa dos 100 milímetros na maior parte do território, resultando em ameaças de enchentes, inclusive. Os danos são incalculáveis e as perdas materiais, em casas, prédios, rodovias, redes de energia elétrica, causam transtornos de toda ordem, mas, sobretudo, um abalo para as famílias atingidas com várias mortes.
Decididamente este ano de 2020 tem as marcas dos contrastes, do inesperado e do indesejado.
CRÉDITO DE EMERGÊNCIA
Até 30 de outubro deste ano os agricultores familiares e os médios produtores poderão habilitar-se ao recebimento do Crédito de Emergência (não é o auxílio emergencial), que é uma forma de compensação pelas perdas com a estiagem recente.
Os valores do crédito são de 20 mil reais para os enquadrados no Pronaf e de 40 mil reais para os que são do Programa Nacional de Apoio aos Médios Produtores Rurais – Pronamp, dos municípios que tiveram os seus Decretos de Situação de Emergência reconhecidos pela Defesa Civil Estadual e Nacional.
O prazo para o pagamento ou reembolso do Crédito é de três anos, a uma taxa de juros de 4,6% ao ano e os beneficiários do Pronaf terão que investir 40% do valor recebido, no “bem-estar familiar”.
PLANO SAFRA ESTÁ EM VIGOR
Desde o dia primeiro, quarta-feira última, está em vigor o Plano Safra 2020-2021. Assim, os recursos já podem ser buscados nos bancos credenciados pelo Governo Federal, sendo o principal repassador do dinheiro o Banco do Brasil e as Cooperativas de Crédito.
Relembrando, tem-se que o total de recursos previstos para o Plano é de R$ 236,3 bilhões, dos quais R$ 179,38 bilhões destinados para custeio, comercialização e industrialização e R$ 56,92 bilhões previstos para investimentos. Para o Seguro Rural são estimados R$ 1,3 bilhão para servir de garantia das safras de 21 milhões de hectares de lavouras.