Domingo completarei 60 anos dos quais mais de 40 como jornalista. Será uma data repleta de novidades, apesar de se repetir há seis décadas. Além de usufruir dos “benefícios” de ser oficialmente idoso, não poderei confraternizar com familiares e amigos. Essa efeméride ficará na história por muitos outros motivos que o momento suscita.
Há muitos motivos para comemorar e outros para refletir, lamentar e pensar: “puxa vida… deveria ter feito diferente! ”. O entusiasmo pela profissão, pelos amigos e família continua vivo. Acordo animado diante das perspectivas do dia. No jornalismo não importam as conquistas anteriores porque ao amanhecer é sempre “zero a zero”. É preciso ocupar espaços, fazer tudo bem feito outra vez, reinventar técnicas, auferir resultados positivos.
Nasci em casa, no bairro Bela Vista, com cinco quilos – acreditem – pelas mãos de uma habilidosa parteira que ajudou a dona Gerti a me colocar no mundo. Era uma paisagem bucólica com uma estrada de chão batido até a cidade. Tinha, ainda, um potreiro onde jogávamos bola em meio a vacas e bois, além do armazém do “seu” Aury Schmidt, um salão de bailes e dois cemitérios.
Deus tem sido muito generoso comigo,
concedendo-me mais do que preciso e mereço
Era um lugar simples, pacato, onde todos se conheciam. Aos 13 anos fui morar “na vila” ao lado da família de Cláudio Schmidt e da Malharia Berti, grandes amigos até hoje. Depois, mudamos para a casa de Roque Bersch, ao lado do seminário. Com 17 anos mudei para Porto Alegre, morei dois anos em Santa Cruz do Sul, casei e fixei residência na Capital.
Sou abençoado pelas pessoas que conheci, amigos que fiz e pelos empregos que tive. A saúde vai bem, apesar da obesidade (culpa da pandemia) e da hipertensão controlada com medicamento, além do colesterol. Faço duas aulas de “educação física” por semana e não tenho restrições significativas de rotina.
Jamais fiz planos de “quando chegar aos 60”. Mas confesso que gostaria de viajar mais, dedicar menos tempo ao trabalho, reencontrar velhos amigos, conviver mais intensamente com a família e rever lugares e pessoas que fazem parte da minha história. Não sei há quantos anos escrevo neste espaço. É um confessionário onde compartilho experiências, histórias, agruras, alegrias, conquistas e frustrações.
Deus tem sido generoso comigo. Concedeu-me muito mais do que mereço. Para retribuir tantas bênçãos, procuro ser solidário, parceiro e resiliente para aprender sempre e com todos. Afinal, a vida é um eterno aprendizado!