Ciclistas, caminhantes, motoristas de carga e prestadores de serviços estão se deliciando com as bergamotas disponibilizadas na chácara da família de Ênio Matias e Márcia Meyer Graeff, próxima ao Esporte Clube Treze de Maio, em Forqueta Baixa, Arroio do Meio. A colheita dos cítricos foi uma forma de Ênio, 52 anos, se solidarizar com as demais pessoas, numa tentativa de mostrar que há muitas coisas boas na vida, que devem ser valorizadas e saboreadas, e que ajudam a superar os percalços de uma pandemia.
Ênio é natural de Forqueta Baixa, reside com a esposa Márcia Meyer Graeff, 51 anos, e os filhos Guilherme e Artur em Gravataí. Ele se aposentou após ter um problema de saúde. Atuou por 17 anos no setor administrativo de uma metalúrgica que desenvolvia equipamentos para automação bancária. A esposa trabalha no departamento comercial de uma metalurgica. Os filhos, Guilherme, 23 anos, atua no Santander e Arthur, 17 anos, está concluindo o Ensino Médio. O caçula, em 2019, conquistou a medalha de prata na Olimpíada da Matemática, realizada na China.
No pomar além de cítricos, são cultivadas outras frutas nativas, verduras e legumes. Ênio também mantém o jardim e se envolve com a produção arrendada na área de 13,5 hectares, situada na várzea do rio Forqueta. “Viemos duas vezes por mês, no mínimo. Às vezes acabo ficando mais dias e volto de ônibus. Aqui sempre tem o que fazer, em tempos de pandemia, é ainda muito mais interessante que Gravataí”, revela.
Ênio pretende disponibilizar frutas frescas todos os dias, e renovar a cesta, na medida que forem consumidas, até acabarem nas árvores.
Ênio possui parentesco com o padre Zeno Graeff, além dos tios Walter e Gerta, que deixaram a vida religiosa. Como o pai, José Albino, faleceu cedo, aos 42 anos, os tios tiveram de ajudar a cuidar dos quatro sobrinhos. Sua mãe, Arsênia, se casou novamente, com Paulo Mainers. Ênio acabou indo para os seminários de Arroio do Meio e Santa Cruz do Sul. Também desistiu da vida religiosa, mas mantém amigos seminaristas até hoje. Acabou se apaixonando por Márcia, que atuava como telefonista da antiga Avipal, antes de o casal buscar oportunidades na Região Metropolitana. Sua irmã Alice hoje reside em Veranópolis e Adriane em Cruzeiro do Sul. Seu irmão, Celso, já é falecido.