Na casa da empresária Kátia Bruxel tudo tem sido bem diferente desde que a pandemia chegou. Mãe de Joaquim, cinco anos, e na 33ª semana de gestação, nem de longe imaginava passar um Dia das Mães assim, em distanciamento social. No dia a dia tem se desdobrado para se proteger, dar continuidade ao trabalho, ainda que de forma remota, cuidar do filho e da casa e preparar a chegada do bebê.
Um dos maiores impactos para a família é a suspensão das aulas do pequeno. A participação da avó paterna tem sido fundamental neste processo, já que ela fica com Joaquim e a prima Valentina nas tardes em que eles não têm videoaula, liberando a mãe para as funções que a empresa exige. Mesmo assim, Kátia e o marido Diego precisam auxiliar o filho no desenvolvimento dos trabalhos enviados pelo colégio. “É bem corrido. Uma rotina totalmente diferente. Vou para a empresa no horário do meio-dia, quando não tem ninguém, e estou o tempo todo no telefone e no WhatsApp. É muito mais desgastante”.
Para driblar os possíveis efeitos negativos de trabalhar a partir de casa, Kátia tem estabelecido algumas medidas. Acorda no mesmo horário de antes e se veste como se fosse para o trabalho. Acha importante adotar uma rotina, inclusive com o filho, para melhor organizar o dia a dia. “É uma experiência desafiadora. É tudo muito diferente, ele demanda atenção e as crianças também ficam estressadas, cansadas, não gostam de mesmice. É preciso inovar, criar uma rotina interna, porque não sabemos até quando vai ser assim”, pondera.
Em relação à chegada do bebê, a mãe revela que há um misto de emoções e que o fim de semana é o período em que melhor consegue curtir a gestação. Ainda não comprou muitas coisas, não tem saído de casa e não vai ter chá de fraldas. “No início eu até pensei que daria para fazer algo mais íntimo, para a família, em casa. Mas não vai ser possível. Temos de nos adaptar”. O pré-natal segue normal, com muitos cuidados no consultório médico e para os exames, no intuito de evitar contato com outras pessoas.
Embora tudo esteja mudado e o Dia das Mães vai ser bem diferente do imaginado, Kátia percebe que há muitos pontos positivos neste período. O vínculo com Joaquim é fortalecido todos os dias e a família passa a ter um sentido muito maior. “É uma redescoberta, um processo de ‘desrotina’. Passamos a ver as pessoas da família de outra maneira. É um momento de as pessoas pensarem diferente, ter mais empatia, menos egoísmo. Temos visto muitas ações de solidariedade, com doações. O mínimo que podemos ter agora é amor ao próximo e ficar em casa”.