O Hospital realizou, desde o início da pandemia, 52 partos, todos com o pré-natal completo, realizados na rede básica ou em consultório privado. Para atender a demanda, foram necessárias algumas ações internas: reorganização do fluxo da chegada da gestante, realocação da Unidade da Obstetrícia na parte superior do Hospital, redimensionamento da equipe, e implantação de protocolos associados à covid, de acordo com o Ministério da Saúde. “Também estamos intensificando o acolhimento com o objetivo de garantir o bem-estar e diminuir angústias da gestante, com a participação acompanhada de profissional de Psicologia, do Serviço Social e equipe especializada, para dar orientação aos familiares sobre a restrição de visitas, informando sobre a permanência direta de apenas um acompanhante, seguindo o protocolo da CCIH”, destaca a direção.
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM PLENA PANDEMIA
Um dos partos realizados neste período foi o de Sophia Sanches, nascida às 19h49min do dia 25 de abril, com 4,1kg. A mãe Bruna Scheid, de 17 anos, revela que ficou surpresa quando soube da gravidez, mas em decorrência da pandemia, não precisou interromper os estudos que estão ocorrendo à distância. Já o curso técnico de Operador de Processos Logísticos Industriais, que frequentava, foi interrompido pela instituição.
A pandemia interferiu um pouco na preparação final para ser mãe. Como a gravidez a pôs no grupo de risco, toda a rotina acabou mudando, causando um pouco de insegurança. O parto e a recuperação foram tranquilos. O apoio do namorado Matheus Sanches, 20 anos, da mãe Gicele Cadore, do pai Sidnei Feil e da avó Jurema Cadore, tem sido importante, na criação da pequena Sophia, com cuidados redobrados, seja nas idas ao pediatra e posto de saúde para exames e testes, embora alguns procedimentos foram adiados. Todos estão seguindo as orientações das autoridades para evitar contaminações.
“Foi difícil pensar que iria ser mãe aos 17 anos, milhões de pensamentos passaram pela minha cabeça, de como iria ser, o que eu ia fazer e como, se eu e o Matheus íamos dar conta sozinhos. Mas na verdade, embora todo esse meu medo, estou feliz por ter ela aqui comigo. Eu vou proteger ela e farei o melhor por ela. Não penso nunca em desistir pois ela é um presente, é minha bênção e meu amor.
Ser mãe adolescente não é uma tarefa fácil é aprender a lidar com o novo quando as pessoas só pensam que você não irá dar conta. É abrir mão de muitas escolhas e sonhos, pois você vai colocar mais uma criança no mundo e, com isso, abrir mão das suas coisas por coisas da sua filha. É ter que aguentar a sua gestação inteira pessoas lhe olhando torto, perguntando sua idade e querendo te lembrar que agora você não pode mais sair, que tem um serzinho para cuidar, que tem que ter responsabilidade e que ter filho não é brincadeira. E eu sempre escuto isso calada, sabe por quê? Pois sei que sempre vou ser uma ótima mãe, que não vou ter problema nenhum em abrir mão de algumas coisas pensando na minha filha, sempre vou ter responsabilidade, juízo, paciência. Não sabia que iria a cada dia me apaixonar mais por um ser tão pequenino que a cada sorriso, cada olhar, eu sinto um amor inexplicável, um amor que só quem é mãe pode entender!
Eu te amo muito, filha!”