O cenário esportivo brasileiro teve uma data importante a ser comemorada no domingo, dia 26 de abril. A data faz referência aos goleiros, única posição de jogador de futebol que teve um decreto assinado por sua atuação no esporte. O goleiro pode levar clubes e atletas do céu ao inferno através de suas defesas e falhas registradas dentro de um campo de jogo. As glórias de um goleiro são, muitas vezes, comparadas a um artista a partir da atenção que transmite aos torcedores, muitas vezes os mais fanáticos de um clube. Outro detalhe de um goleiro é a formação de uma equipe que, na maioria das vezes, começa através de um goleiro, ou um goleiro e mais dez.
A ideia de definir o Dia do Goleiro partiu de dois professores de educação física do Exército, que atuavam no Rio de Janeiro. Inicialmente a data era 14 de abril. Mais tarde, essa comemoração passou para o dia 26 abril, em consideração ao goleiro Manga, que conquistou mais de 10 de títulos com passagem pelo Internacional, Grêmio, Seleção Brasileira, Nacional do Uruguai, além de outros clubes de menor expressão. Entre suas maiores façanhas, registra-se o título de Campeão Brasileiro conquistado pelo Internacional em 1975, quando o clube venceu por 1 x 0 do Cruzeiro de Belo Horizonte, no Beira-Rio, em Porto Alegre com gol marcado pelo chileno Figueroa. Nesta partida ,Manga foi um artísta ao protagonizar defesas fantásticas em chutes do lateral direito Nelinho, do Cruzeiro.
O futebol do mundo inteiro revelou grandes nomes na posição de goleiro. No Brasil, Manga foi talvez um dos maiores e melhores. Também se destacaram entre outros os goleiros Gainete, Félix, Leão, Gilmar, Mazzaropi, Taffarel, Marcos, Rogério Ceni, Clemer, Danrlei, Marcelo Grohe e mais recentemente, Alisson, atual goleiro titular da Seleção Brasileira. Sem fazer qualquer tipo de comparação técnica, a história do futebol de Arroio do Meio também revelou os nomes com destaque na posição de goleiro. O nosso Manga possivelmente recai sobre o nome de Elói Bergjohann, um menino que surgiu como goleiro nos campinhos que existiam nos potreiros que funcionavam em Dona Rita. Este menino de boa estatura para goleiro, franzino e sério, continuou crescendo sempre, revelando aspectos e talento para ser goleiro. Num passo adiante, começou a participar de jogos de um tipo de escolinha que jogava, treinava e servia como diversão para meninos nas tardes de sábado no antigo e irregular campo do Esperança de Dona Rita. Logo apareceu na equipe de aspirantes deste clube, onde vinha chamando atenção de quem o observava. Um goleiro estava sendo formado e revelado para o futuro do futebol de Arroio do Meio.
Sua estreia na equipe titular do Esperança de Dona Rita aconteceu de forma inesperada. Num domingo em que a equipe tinha um compromisso com o Sete, em Capitão, o então goleiro titular Ildo Führ (Its) deixou de comparecer ao jogo. Após ouvir uma série de opiniões sobre quem deveria ser escalado, o então coordenador da equipe Júlio A. Gerhardt, não teve dúvidas que havia chegado o momento de escalar Elói entre os titulares numa partida de extrema importância para a equipe e contra o Sete de Capitão, clube que naquele ano iniciava sua caminhada para um tricampeonato municipal. Elói, entrou em campo com a camisa nº 1, sem tremer as pernas ou amarelar como se dizia na giria esportiva. Mesmo perdendo por 1 x 0, o Esperança voltou de Capitão com um novo goleiro titular que nunca mais saiu da equipe. O novo goleiro, na época da estreia com 15 anos, foi amadurecendo consagrando-se como o grande goleiro do futebol amador de Arroio do Meio, coroado cinco anos depois com o título de campeão do primeiro Campeonato Regional da Aslivata, em 1985, pela equipe do Esperança de Dona Rita, ao lado de vários outros meninos que surgiram nos potreiros da comunidade.
Mesmo antes de Elói, o futebol de Arroio do Meio já tinha em seus campos jogadores desta posição que mostravam muito talento com suas defesas. Macedo Sattkamp, que havia surgido no Palmense, chegou a ser profissional. Outro que teve destacada desenvoltura como goleiro foi Valdir Hentges (in memorian) que jogava no Vale do Arroio Grande nas equipes do Guarani e do União. O Forquetense tinha em suas fileiras nos anos 70, o goleiro Adilo Jungkenn, que fazia levantar a entusiasmada torcida do Forquetense, com suas defesas que foram determinantes para a conquista de vários títulos. O Sete de Capitão, que ainda pertencia ao município de Arroio do Meio, tinha em seu elenco o goleiro Luiz Bagatini, morador de Linha Argola/Encantado, que chamava atenção por onde passava. Enquanto que Elói empilhava títulos nos campos de futebol defendendo o Esperança de Dona Rita, Rui Barbosa, Sete de São Caetano, além de outros clubes fora de Arroio do Meio e no minifutebol, foram surgindo novas estrelas. O Rui Barbosa revelou Volnei Graf. Em Arroio Grande surgiu Leandro Mayer (Móia) e em Linha Cairu começou a despontar o talento do goleiro Mamute Fuchs.