Hélio José Pretto, 80 anos, professor aposentado e secretário municipal e ex-vereador, é arroio-meense nascido em Travesseiro, em 27 de abril de 1940. Na mesma localidade, antes colônia, posteriormente distrito e hoje município, nasceram os três filhos, Leonardo, Leandro e Luciano.
Como “travesseirense de coração”, sente-se orgulhoso em ter participado ativa e diretamente da comissão que buscou a emancipação do então distrito, no início da década de 1990. Ao visualizar a rua Vinte de Março, que passa defronte à sua residência e que reverencia a data de emancipação do município, inconscientemente vem-lhe à mente a mobilização, o trabalho e obstáculos que envolveram a conquista.
Hélio foi professor em Travesseiro, Forqueta e Lajeado. Dedicou grande parte da sua vida ao magistério e em 1993, logo que Genésio Hofstetter assumiu como primeiro prefeito do município, aceitou o convite e passou a fazer parte do restrito quadro de funcionários. Lembra que além dele o outro funcionário era Roque Backendorf, já falecido. Ambos receberam a incumbência de, junto com o prefeito, organizar e estruturar a prefeitura, recém-instalada.
Backendorf cuidava das finanças e segundo Hélio, a sede carecia de tudo. Foi preciso levar para a prefeitura a máquina de escrever que tinha em casa. Quando era necessário ir a Arroio do Meio ou Lajeado, usavam cada qual o próprio veículo. Não havia ressarcimento das despesas. No princípio, por um curto período, não eram sequer remunerados. As dificuldades eram de toda ordem. O deslocamento junto a órgãos públicos e secretarias na capital era feito de ônibus. O parque de máquinas dispunha apenas de uma retroescavadeira. Quando os produtores rurais iam até a sede em busca de grãos para o plantio, como ainda não havia uma secretaria da Agricultura, cabia a ele fazer a pesagem e distribuição. Também separava o material didático que era encaminhado para as escolas bem como o material para os estudantes. Era preciso atender em várias frentes e batalharam tanto pela emancipação que tais dificuldades não poderiam ser empecilho. Aos poucos, este quadro foi mudando. Passaram a ter recursos e foi possível organizar e montar a casa em todos os aspectos.
Para Hélio, é possível listar os aspectos positivos que vieram a partir da emancipação: posto de saúde, farmácia, posto de combustíveis, agência bancária, lotérica, abertura de pontos comerciais, instalação de indústrias, facilitando a vida dos moradores que antes precisavam deslocar-se a Arroio do Meio ou Marques de Souza para buscar estes serviços. A emancipação, segundo Hélio, impactou positivamente na autoestima dos travesseirenses trazendo progresso e desenvolvimento.
Jovens e idosos são bem assistidos, há qualidade na área da saúde, transporte escolar sem contar que quase toda a área urbana tem pavimentação asfáltica. O asfalto a Picada Felipe Essig está sendo executado. Mas lamenta que, apesar de todas as promessas, ainda falta completar o asfalto que liga Travesseiro a Arroio do Meio.