Os institutos meteorológicos dão conta de que as chuvas mais substanciais só devem retornar no fim do mês de março à região, já durante o outono. A previsão é de que as temperaturas mínimas fiquem entre 14 e 21 graus e as máximas entre 26 e 35 graus.
A orientação da Defesa Civil de Arroio do Meio é com o uso consciente da água. Uma propriedade situada no Morro Três Pinheiros, no Vale do Arroio Grande, onde estão sendo levados caminhões pipa para abastecer animais de uma propriedade.
O gerente da unidade da Corsan, Jaime Luís Bersch, ressalva que ainda não há motivos para preocupação com o abastecimento. Ao contrário do arroio Forqueta que está com pouco volume de água, o rio Taquari, onde ocorre parte da captação da água para abastecimento, segue num nível considerado bom. Lembrando que em casos mais extremos ainda será possível bombear água para as câmaras de captação de locais mais longínquos, no centro do leito do rio. Os cinco poços seguem operando com folga.
O técnico em agropecuária da Emater-RS/Ascar, Elias de Marco, revela que na agricultura há pouco a ser feito. A soja e o milho da segunda safra vão acabar sofrendo impactos. Ressalva que a temperatura, cerca de 10 graus mais baixas que na estiagem do fim de dezembro e início de janeiro, e as noites mais longas com maior incidência de orvalho, vão amenizar os prejuízos, diferentemente do que ocorreu em janeiro.
De acordo com interessados em implantar sistemas de irrigação, as restrições e enquadramentos para bombeamento de água de rios e arroios e a burocracia em torno da abertura de açudes para armazenamento de água, desmotivam investimentos. O Brasil é um dos poucos países do mundo onde é proibido guardar água.
MAIOR ESTIAGEM EM 50 ANOS
Em Marques de Souza a estiagem é considerada a pior dos últimos 50 anos. O coordenador da Defesa Civil e da secretaria de Obras, Roberto Kremer, revela que os moradores mais antigos não lembram de ter visto o arroio Forqueta com tão pouco volume de água.
A última chuva expressiva no município ocorreu em outubro. De acordo com Kremer, uma das consequências foi o secamento de vertentes que abasteciam chiqueiros e viárias, nas localidades de Linha Tigrinho e Linha Atalho. Como não possuem poços artesianos, os produtores tiveram que recorrer à rede de água que abastece cerca de 70 famílias, o que comprometeu a vazão.
A secretaria de Obras corre contra o tempo para limpar vertentes, para que voltem a jorrar água. Paralelamente, moradores já teriam se prontificado a doar terras. Uma das preocupações é com amostras de excesso de flúor num dos poços que abastecem as localidades.
Em Pouso Novo também há problemas no abastecimento. Mais informações na página 09.