Amanhã, sábado, 25 de agosto, inicia oficialmente a 41ª Expointer, no Parque de Exposições da cidade de Esteio.
O agronegócio do Sul do Brasil estará voltado ao evento, que se estende até o dia 02 de setembro, classificado como um dos maiores acontecimentos, em termos de exposições, na América Latina.
Tradicionalmente em todas as edições da exposição a região, através dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, cooperativas, da Emater e ainda outras entidades, organiza caravanas de visitantes para observarem novidades e aprimorarem conhecimentos em diferentes áreas ou ainda assistirem palestras técnicas sobre determinados assuntos de interesse.
Especialmente os produtores rurais têm atrativos variados para uma visita, considerando que estarão expostas 151 raças de animais, de todos os portes, como bovinos de corte, bovinos de leite, gado misto, bubalinos, equinos, ovinos, caprinos, chinchilas, coelhos e o retorno de aves, ausentes no ano passado em razão de problemas sanitários.
Em termos de máquinas e implementos, são apresentados os mais recentes lançamentos e novidades, considerando que a evolução tecnológica ocorre de forma cada vez mais célere ou rápida, surpreendendo os usuários.
E a presença crescente, de ano a ano, da agricultura familiar, ocupando espaços dentro do contexto da Expointer, através das agroindústrias familiares, é um fator considerável, demonstrando uma diversificação de atividades, com expressivos números, quando se analisa a comercialização de produtos oriundos deste setor. Apenas para registro, em 2016, as agroindústrias familiares comercializaram um total de R$ 2.033.801,66 e no ano passado, 2017, o total de vendas atingiu a soma de R$ 2.851.010,62, ou seja, um acréscimo de 40%. A expectativa para este ano é de superar o último dado, visto que o número de expositores é o maior já registrado.
Para se ter uma ideia da dimensão da exposição, podemos observar o registro de visitantes nas recentes edições, como, por exemplo, em 2014 foram 502 mil; em 2015, chegaram a 545 mil; em 2016 diminuiu para 355 mil e em 2017 alcançou 411 mil. Estes números refletem um pouco o período de maiores crises, pois os dois últimos anos foram marcantes em termos de recessão econômica vivida e que atingiu todos os setores de atividades, como o setor primário.
Sisbi-POA
Por falar na participação das agroindústrias familiares em exposições ou em comercialização de produtos, sempre vem à tona a questão da inspeção, especialmente dos produtos de origem animal.
A princípio, como se sabe, a maior parte dos municípios tem apenas o Sistema de Inspeção Municipal – SIM, que limita a comercialização dos produtos de suas agroindústrias, ao território local. Somente com uma permissão deferida pela Secretaria Estadual de Agricultura, como no presente caso da Expointer, é possível fazer o comércio fora de sua área restrita.
Como já comentei em outro momento, existe hoje uma mobilização unificada, em que os secretários de Agricultura, da região da AMVAT, por meio de sua associação, buscam viabilizar a implantação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal – Sisbi-POA, que faz parte do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – Suasa, criado há mais de 10 anos e que ainda não conseguiu se tornar realidade.
O Sisbi-POA objetiva “padronizar e harmonizar os procedimentos de inspeção de produtos de origem animal para garantir a inocuidade e segurança alimentar”, podendo os municípios solicitar a adesão, desde que atendidas às normas do Ministério da Agricultura.
Precisamos dar apoio às pretensões dos dirigentes municipais, pois se for conquistado esse sistema, certamente as agroindústrias familiares terão maiores perspectivas de crescimento, pelo fato de poderem comercializar seus produtos em qualquer parte do país.