Com 1.868 votos (71,4%), o presidente Erineo Hennemann foi reeleito por mais quatro anos no comando da Certel em assembleia realizada na segunda-feira no Parque do Imigrante. Alexandre Schneider vinha liderando um movimento de oposição, principalmente em relação à falta de transparência na gestão. Na votação de segunda-feira somou 548 votos. Para participar da histórica assembleia, a Certel disponibilizou transporte para os associados interessados. A Certel tem mais de 64 mil associados em 48 municípios da Região e Serra.
Politização
Já falamos disto em outra oportunidade, mas diante do descrédito da classe política, qualquer iniciativa (como a da intervenção do governo federal no estado do Rio para controlar o avanço e domínio da criminalidade) levanta dúvidas sobre a real finalidade da medida. Em quase todas as ações públicas, desde um movimento em torno das dificuldades dos produtores de leite aqui no Estado, até as fronteiras do Brasil onde mais de 40 mil venezuelanos cruzaram em busca de abrigo, fugindo da crise financeira, está sempre presente uma excessiva politização das ações. Compreende-se e deve fazer parte do fazer política, dar ao cidadão conhecimento e consciência sobre os fatos, causas, projeção de consequências, ou também articular forças conjuntas para alcançar resultados, mas de um modo geral, muitos políticos querem tirar apenas vantagem das situações. Nas votações, são do contra, simplesmente para justificar oposição, sem qualquer coerência e na maioria das vezes simplificam a sua ação em ser a favor ou contra. Estamos carentes de políticos visionários que se antecipam às crises. Nas próximas eleições teremos que ficar atentos na escolha de políticos que saibam olhar para o futuro da nação, muito mais do que atender interesses de curto prazo.
A crise do leite
Continuam os desdobramentos em torno da crise leiteira. Esta semana teve reunião regional em Lajeado e as demandas levantadas pelo Codevat foram levadas até o governo estadual, na quarta-feira. Aqui em Arroio do Meio o assunto vinha sendo motivo de preocupação desde o ano passado por parte do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Conar e Emater principalmente em relação ao endividamento dos produtores, com os investimentos feitos na modernização dos equipamentos e na contramão preços incompatíveis com os custos e investimentos que desestimularam a atividade. O vereador Darci Hergessel (PDT), que participou da reunião na Univates, no dia 19, disse que a pressão política tem que continuar para que seja feito alguma coisa. Além das demandas regionais levantadas e encaminhadas pelo Codevat, ele defende que individualmente cada vereador ou líder de entidade deve pressionar seus deputados para que haja uma solução. A compra do leite pelo governo federal por um preço mínimo na ordem de R$1,20 a R$ 1,25 seria uma saída.
Banrisul
Anunciado esta semana que o Banrisul obteve no ano passado, maior lucro líquido em sua história de 90 anos. O lucro de R$ 1,05 bi representa um crescimento de 59,6% frente ao ano anterior. A redução da inadimplência, a recuperação da tomada de crédito, o crescimento na receita de tarifas e serviços garantiram os resultados. Com este resultado, o líder entre os bancos gaúchos vai continuar sendo alvo de venda. Aliás, é uma das propostas do governador José Ivo Sartori para poder fazer caixa. Mas não se sabe até que ponto a sociedade gaúcha vai apoiar a venda. Como o Estado tem dívidas com a maioria dos municípios, aumenta a pressão para que municípios apoiem politicamente a venda de ações do Banrisul para sanar dívidas e para que o Estado consiga cumprir o Programa de Ajuste Fiscal.
Culturas tradicionais
Leite, suínos e aves continuam entre as principais atividades do setor primário na nossa região. É preciso que cada vez mais as entidades públicas e privadas ligadas ao setor agrícola, ampliem e criem um ambiente favorável na busca de alternativas junto aos produtores para estimular novos negócios. As atividades tradicionais envolvem custos e investimentos muito elevados com pouca rentabilidade, além da dependência de políticas externas e nacionais. As crises são cíclicas e a nossa região marcada pelo minifúndio pode encontrar alternativas mais viáveis para criar valor agregado à produção direcionada para um mercado consumidor em crescimento.