Na segunda-feira, dia 08, a Administração Municipal de Arroio do Meio apresentou o projeto de lei encaminhado à Câmara de Vereadores, que regulariza a doação da área de até 2.800m² de terras para a Bremil Indústria de Produtos Alimentícios Ltda. O evento ocorreu no gabinete do prefeito Klaus Werner Schnack, na presença da equipe de governo, representantes de entidades e da comunidade, empresários, e executivos da empresa – diretora Paula Roberta Miguel e gerente administrativa financeira Sandra Maria Warken Marques.
O projeto de lei tramita na Câmara de Vereadores e deve ser votado na próxima sessão. Em contrapartida, a Bremil deverá manter suas atividades industriais no município, pelo prazo mínimo de cinco anos. O complexo industrial ocupa 55 mil metros quadrados, sendo 12 mil metros quadrados edificados.
Na solenidade, o prefeito destacou que a regularização é a “consolidação do espaço físico que a Bremil já utiliza há anos, tendo em vista a importância que tem para a economia, o desenvolvimento, geração de emprego e renda para o município”.
O coordenador da secretaria de Indústria, Comércio e Turismo, Carlos Henrique Meneghini, destacou que a Bremil é a quinta empresa em Valor Adicionado do município, com mais de 250 postos de trabalho e um faturamento superior a R$ 184 milhões em 2016. Lembrou também das parcerias recentes da Bremil em projetos culturais – Artemix e Alma Única, assim como na doação financeira para o Fundo Municipal do Idoso, via dedução do imposto de renda.
A diretora Paula apresentou dados históricos e comerciais da empresa que iniciou as atividades há 30 anos em Passo Fundo, instalando-se em 1998 em Arroio do Meio, com plantas ainda em Lajeado e no estado de Goiás. Inserida no mercado externo desde 1999, a Bremil exporta seus produtos para mais de 40 países, atuando nos segmentos de proteínas, fumaças líquidas, reguladores de acidez, aditivos, corantes, misturas proteicas, floculados e condimentos para frigoríficos, com mais de 250 clientes, incluindo multinacionais como a BRF, JBS, entre outras.
Entre os destaques estão a planta experimental para teste laboratorial de novos produtos por parte dos clientes e ações ambientais e de sustentabilidade. Em breve a empresa deverá inaugurar a segunda maior usina fotovoltaica do RS, que ficará situada em frente ao Lar do Idoso Bom Pastor.
Em uma recente negociação milionária, a israelense Frutarom Industries adquiriu 51% das ações da empresa. Com a fusão, os produtos da Bremil serão exportados para mais de 160 países. O contrato inclui uma opção para a compra do saldo de ações da Bremil a partir de cinco anos, a um preço baseado no desempenho comercial durante esse período. A transação deverá ser concluída durante o primeiro trimestre de 2018 e será financiada através da dívida bancária.
A multinacional Frutarom é uma das principais do segmento no mundo e se destaca pela segurança alimentar. Possui outras 69 empresas como a Bremil e apenas 22 funcionários.
Desenvolvimento econômico planejado durante crise do calçado
Ao término da apresentação do projeto, o ex-prefeito Nelson Paulo Backes (PDT) foi convidado para explanar a respeito das medidas no campo da política econômica que deram início a diversificação e expansão das atividades industriais. “Na época houve demissão em massa de mais de mil funcionários da Incomex. Os impactos atingiram a todos, inclusive a prefeitura. E o nosso líder de bancada Adaílton Cesar Cé, atual presidente da Acisam, foi quem articulou a vinda da Bremil, para a área pretendida pelos diretores em meados da década de 1990”, recordou.
Cé complementou que a intensão inicial era a criação de um complexo industrial e lembrou dos desafios em torno da desapropriação, terraplanagens e detonações. “A negociação só saiu porque os antigos proprietários puderam conhecer os empresários que parcelaram a compra em quatro vezes, e o prefeito sucessor, Paulo Steiner, cumpriu o acordo dos serviços de infraestrutura. E graças a mobilização da classe empresarial, hoje mais de 60% da arrecadação do município provém da indústria, o que é importante para a saúde econômica”.