Depois de um longo tempo sem falar ou comentar sobre o Cadastro Ambiental Rural – CAR, acho interessante retomar o assunto uma vez que restam apenas três meses para que os proprietários de imóveis rurais cumpram esse compromisso.
Nos dois últimos anos aconteceram algumas prorrogações de prazos para a apresentação do CAR e temos agora como data final o dia 31 de maio deste ano para que todos se coloquem em dia, realizando essa importante tarefa.
Pelas informações que se tem, há ainda um expressivo percentual de produtores rurais que estão em débito com a exigência do Cadastro, seguindo uma tendência de deixar os compromissos para a última hora.
Para quem questiona a importância do Cadastro Ambiental, basta lembrar que será uma exigência em qualquer transação bancária, casos de financiamentos, de custeio ou de investimento, nos casos de renovações de licenciamentos de atividades agropecuárias, na realização de algum projeto novo, onde há a necessidade de obtenção de licenças, na compra ou venda de propriedades rurais, além de outras situações onde será cobrada a comprovação da quitação correspondente.
É prudente que os retardatários procurem profissionais habilitados para o preenchimento dos Cadastros, pela necessidade de realização de um trabalho bastante complexo, com a utilização de um programa informatizado, sempre lembrando que um preenchimento inadequado poderá trazer problemas futuros, com consequências indesejáveis.
Crise do leite reúne diversos setores
Produtores de leite, indústrias, instituições bancárias e líderes classistas estão promovendo encontros para discutir a atual crise do setor leiteiro.
Para os produtores o momento é considerado como sendo muito crítico pelo longo tempo em que as dificuldades vêm se acumulando, fato que provoca um estado de decepção, de desestímulo e de inviabilidade econômica para muitos leiteiros.
Há mais de um ano a crise se aprofunda, lembrando que no final de 2016, os preços pagos aos produtores alcançavam em torno de R$ 1,60 pelo litro de leite e hoje vemos casos em que a remuneração não passa de R$ 0,80. E neste período os custos de produção tiveram um crescimento considerável.
Podemos enumerar vários fatores que têm contribuído para chegarmos a este “fundo do poço”, não podendo esquecer as danosas importações, desnecessárias, e que resultaram em uma situação de desprestígio ou de menosprezo da produção interna, deixando a atividade em um segundo plano, causando problemas, não apenas de ordem financeira, mas também social, visto que para milhares de pequenos agricultores a produção de leite representava a renda que mantinha a propriedade e as famílias.
O consumo de leite também tem apresentando oscilações, fazendo com que as indústrias, especialmente as cooperativas ficassem com grandes estoques.
Esse debate, conjunto, certamente trará expectativas de uma mudança nos rumos da atividade. Muitos produtores fizeram, no passado, grandes investimentos nas suas propriedades e precisam, agora, buscar apoio para poderem suportar as dificuldades, com renegociações de compromissos ou algumas outras formas que possam ajudar a contornar o momento complicado.
Crescimento menor
Embora nos últimos dias o retorno das chuvas tenha amenizado um pouco os efeitos de falta de umidade de semanas passadas, já existem estimativas de que a safra de grãos deste ano terá uma diminuição acentuada. Consequência deste fato é o encolhimento do nosso PIB do setor da produção agropecuária, que poderá, inclusive, perder espaço para outras atividades econômicas.