A chuvarada e os temporais ocorridos nas últimas semanas têm castigado os arroio-meenses que sofreram com os estragos provocados pela força da natureza. Há duas semanas algumas localidades do município chegaram a ficar sem energia elétrica por até quatro dias, amargando prejuízos.
Por volta das 6h de ontem, quinta-feira, uma ventania provocou a queda de postes na VRS 811, em Rui Barbosa, deixando mais uma vez moradores sem energia. Antenor Kuhn estava em casa na hora em que os postes localizados em frente à sua casa caíram e se assustou com faíscas e labaredas que ocorreram em virtude da queda. Os fios que ligavam a rede elétrica à residência também se romperam deixando o aposentado e a esposa em pânico. “Achei que poderia pegar fogo na casa em razão das faíscas”, lembra.
Grande parte dos postes em Rui Barbosa ainda é de madeira e chamam a atenção pelo estado precário de conservação. Um exemplo disso são os dois postes que estavam com a base totalmente podre, o que aumenta consideravelmente o risco de quedas. A queda foi prevista pela esposa de Antenor, que dias antes comentou sobre a precariedade da madeira na base inferior, rente ao chão, que estava visivelmente comprometida. “Ela olhou e falou: esse será o próximo”, lembra.
Essa é a segunda vez, em menos de um mês, que o aposentado e produtor de leite tem o fornecimento de energia interrompido. Há duas semanas a interrupção se estendeu por três dias, gerando prejuízos ao produtor que nesse período não ordenhou as vacas em razão da falta de energia. “Isso tudo é prejuízo”, observa.
Ao saber que havia um poste caído na VRS 811, o empresário Ari Piassini, de Rui Barbosa, foi até o local para, com o auxílio de um cone, sinalizar a rodovia. Ao passar pelo poste caído foi surpreendido por um segundo poste que caiu ao lado de seu veículo no exato momento que passava. Do poste e dos fios de alta tensão estendidos no chão saíam faíscas e labaredas de fogo o que deixou o empresário assustado. “Esperei dentro do carro por aproximadamente 20 minutos, até que alguém chegou e avisou que os fios não estavam energizados, momento em que deixei o veículo”, conta.
Indignado, ele reclama do descaso da concessionária de energia elétrica para com os clientes que pagam em dia a conta, se referindo às más condições dos postes que compõem a rede. “Deveriam substituir esses postes de madeira por postes de cimento. Dessa forma se evitaria transtornos como o de hoje. Toda a semana acontece alguma coisa”, reclama e complementa: “há alguns dias ficamos dois dias sem luz e fomos obrigados a mandar os 38 funcionários da marcenaria e da casa de materiais de construção para casa. Não estão preocupados (concessionária) com os clientes. Mas por outro lado se deixarmos de pagar a conta de energia, a conversa é outra”, argumenta.
A RGE Sul foi contatada para dar esclarecimentos sobre a demora nos atendimentos e sobre a precariedade dos postes de madeira que em algumas localidades ainda predominam. Porém até às 12 horas de quinta-feira, fechamento desta edição, não havia retornado os e-mails da reportagem.