As mais de 200 agroindústrias familiares que participaram da 40ª edição da EXPOINTER, realizada na semana anterior, tiveram um desempenho que superou todas as expectativas.
Segundo dados divulgados pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, do Estado, a 19ª Feira da Agricultura Familiar, dentro da Expointer, comercializou um total de R$ 2.851.000,00, superando em 40% o volume de vendas de 2016, que foi de R$ 2.033.000,00.
Os organizadores atribuem o sucesso do evento, a vários fatores, mas principalmente ao tempo ou clima favorável durante toda a semana, mas sobretudo à melhoria contínua dos produtos da agricultura familiar, a grande diversidade e o reconhecimento da sociedade para a segurança alimentar encontrada nos produtos coloniais.
Interessante ainda observar que no Pavilhão da Agricultura Familiar estavam representados em torno de 120 municípios do Rio Grande do Sul, mostrando o trabalho de 1.340 famílias em atividades diversificadas, na produção de queijos, embutidos, vinhos, sucos, artesanato indígena, plantas e flores.
Há uma reivindicação bastante incisiva de que para o próximo ano, na Expointer de 2018, o Estado coloque à disposição das agroindústrias familiares, mais um Pavilhão para abrigar e oportunizar ao expressivo número de empreendedores que estão na fila de espera, a sua participação na Feira, ainda mais considerando o sucesso desta recente edição.
Mas houve também uma observação e uma manifestação muito oportuna sobre a necessidade de uma revisão ou adequação da legislação que se refere à fiscalização das agroindústrias familiares. Pois se, por exemplo, na Expointer foi possível comercializar os produtos desses estabelecimentos para milhares de pessoas, das mais diversas procedências, depois do evento tudo voltou à condição normal e anterior, onde a comercialização somente pode ser feita no âmbito do Município.
Para a agricultura familiar, a qualidade dos produtos não muda, uma vez que conseguiu atingir um padrão reconhecido, independentemente do local onde ocorre a comercialização. Então não teria motivo, afora a legislação inadequada, para continuar o impedimento das vendas fora dos locais de origem, lembrando que o princípio dos Programas SUASA e SUSAF é exatamente criar as condições para eliminar as fronteiras impostas pelo atual sistema.
SUCESSÃO E MIGRAÇÃO NO MEIO RURAL
Quero fazer um breve registro da realização do 1º Seminário Rural do CONSEMA (Conselho dos Secretários Municipais de Agricultura), com apoio da FAMURS, EMATER/RS e FETAG/RS, ocorrido na terça-feira, dia 5 de setembro, em Porto Alegre, evento que propôs temas como “Alternativas para reverter o processo de migração da população rural”, “Exemplos bem sucedidos vivenciados por jovens rurais” e “Exemplos bem sucedidos de políticas públicas”.
Soube da participação, no Painel dos Jovens Rurais, dos irmãos Leonardo e Leocádio Gräff, da localidade de Forqueta Baixa, “palestrando” sobre produção de leite e suínos. Com certeza a participação desses meninos tem-se constituído em um exemplo e modelo de como se pode pensar em sucessão familiar nas propriedades agrícolas.
A se considerar a indicação de que possivelmente o maior entrave nos processos de sucessão nas propriedades rurais é a relação familiar, ou seja, pais x filhos, poderia ser desenvolvido um trabalho no sentido de minimizar esses conflitos, além de tratar igualmente outros pontos influentes, como qualidade de vida, questão de renda, acesso às redes sociais, acesso à educação, universidade, à saúde, dentre outros.