O arroio-meense Diomar Antônio Petry, a esposa Berenice e a filha Caroline acompanham com tristeza o trágico incêndio que vitimou mais de 60 pessoas nos distritos de Coimbra e Leiria, em Portugal, no final de semana. A família reside em Viseu, uma cidade distante 150 quilômetros de Pedrógão Grande, vila que foi fortemente impactada pelo incêndio florestal que teria se iniciado após um raio atingir uma árvore seca.
Na segunda-feira Diomar conversou com a reportagem do AT via Facebook. Contou que todos, portugueses e estrangeiros, estão em choque com a tragédia e que foi decretado luto de três dias. Eventos foram cancelados. Por sorte, a família não perdeu nenhum amigo ou conhecido. Os incêndios florestais, segundo o empresário, são comuns nesta época do ano, em função das altas temperaturas do verão. Contudo, este é o de maior proporção nos últimos 50 anos.
A vida em Portugal
Há 17 anos em Portugal, Diomar já deixa a marca do empreendedorismo brasileiro. Há oito anos deixou de ser funcionário e abriu seu próprio restaurante, onde serve rodízio brasileiro. “Os portugueses gostam de comer churrasco”, afirma, contando que já recebeu a visita de arroio-meenses em seu restaurante. O negócio emprega dois moçambicanos, três portugueses e dois brasileiros.
O arroio-meense descreve a vida em Portugal como muito tranquila, de pouca violência. A crise, que também se abateu sobre a Europa, está passando e a economia melhorando. Compara a cidade onde moram com Lajeado. A economia é baseada na agricultura com a produção de queijos, uvas e vinho. Por três anos consecutivos Viseu foi considerada a melhor cidade para se viver em Portugal.
Questionado sobre o que tem visto sobre o Brasil, Diomar responde que o noticiário português tem repercutido os casos de corrupção. A família, que tem dupla cidadania – brasileira e portuguesa – não pretende voltar ao Brasil para ficar, apenas a passeio. Apesar de tantas notícias ruins que tem recebido do país de origem, se mantém positivo. “Vai melhorar, a crise vai passar”, afirma com a convicção de quem já viveu dias ruins em função da crise econômica e com o tempo viu novos dias surgirem.