Na 45ª edição do Café.Com Saboreando Companheirismo e Conhecimento, o prefeito Klaus Werner Schnack deu notícias muito esperadas pela classe comercial. O evento promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Arroio do Meio aconteceu no Bistrô da Dália Supermercado na manhã de quinta-feira, 25, e contou ainda com a participação da vice-prefeita Eluise Hammes, secretário da Fazenda, Márcio Zimmer, coordenador da secretaria de Indústria, Comércio e Turismo, Carlos Henrique Meneghini e representantes dos setores de comércio, indústria e prestadores de serviços.
Na ocasião, Schnack detalhou os projetos já encaminhados ao Poder Legislativo, que devem ser apreciados ainda em junho. Um deles institui o Programa Municipal de Premiação aos Consumidores, mediante Termo de Adesão ao uso da plataforma estadual Nota Fiscal Gaúcha. A campanha tem por objetivo incentivar o comércio local, incrementar as receitas do município através do incentivo à emissão dos documentos fiscais, e sensibilizar os cidadãos sobre a importância do exercício da cidadania fiscal.
A projeção é de sorteios mensais, realizados eletronicamente pela secretaria da Fazenda do Estado, e o resultado será informado ao município, discriminando a premiação e respectivos ganhadores. Além disso, o consumidor concorre à premiação estadual. Serão em média quatro sorteios mensais de R$ 200 cada. No mês de aniversário do município (novembro) serão oito prêmios. E em dezembro um adicional de quatro prêmios de R$ 500. A classe se entusiasmou com o programa, considerando que há cinco anos não são mais realizadas campanhas em Arroio do Meio. O primeiro sorteio deve ocorrer em 29 de junho.
Quanto à mobilidade urbana, Schnack frisou sobre o projeto elaborado pela Comissão Municipal que trata do assunto, com prioridade para o sistema de estacionamento gratuito rotativo no Centro. A abrangência será nas ruas Dr. João Carlos Machado, Visconde do Rio Branco e transversais. O tempo máximo de estacionamento será de 1h30min. Estima-se que serão necessárias de seis a oito pessoas para controlar o rotativo. Além de melhorar a oferta de vagas para os consumidores, outras vias da cidade passarão a ficar mais movimentadas, atraindo novas perspectivas. Também é esperado um melhor aproveitamento de terrenos baldios.
Sobre segurança, o prefeito anunciou o encaminhamento junto ao governo do Estado, para firmar convênio de projeto de videomonitoramento integrado às demais cidades. Está em curso um estudo para definição de equipamento e operação, e melhoria do funcionamento do sistema de vigilância já existente. Paralelamente são buscados recursos junto à bancada gaúcha no Congresso Nacional. “Não é barato. Será feito assim que haver viabilidade orçamentária”, expõe.
Após a divulgação das primeiras medidas nos cinco meses de governo, Schnack e Eluise se descolaram para sede do Tribunal de Contas, em Santa Cruz do Sul, onde o município foi citado por excelência em gestão no exercício de 2016.
A secretária executiva da CDL, Raquel Scheid, agradeceu a presença dos convidados, em especial aos responsáveis do Supermercado Dália, por cederem o espaço, e divulgou a agenda da entidade: Palestra com Otélio Drebes fundador das Lojas Lebes (08/06); Dia dos Namorados (Cartazes); Alerta a cédulas falsas; e Dia do Desafio (31/05).
Retomada na confiança depende de ajustes políticos
A palestrante desta edição, a especialista em economia Dra. Fernanda Cristina Wiebusch Sindelar, professora da Univates, fez uma minuciosa análise do comportamento da conjuntura econômica nacional, influências externas e perspectivas de curto e médio prazo.
Segundo ela, todos os setores são afetados por círculos viciosos, ora positivos, como na era Lula, ora negativos, como no fim da era Dilma e agora Temer. A economia recessiva está ligada ao endividamento, queda de renda, emprego, consumo e tomada de crédito. A retomada do consumo ainda é instável e depende das decisões políticas que muitas vezes são ilógicas e prejudiciais.
Como a prioridade dos investimentos nos últimos anos foi no consumo e nunca na produção, especialmente industrial e infraestrutura, a retomada do crescimento tende a ser mais lenta que em outros países. Os bons resultados da era Lula estão atrelados à valorização das commodities e um momento internacional, onde o país foi incluído nos chamados bricks. “Acreditavam que a inflação estava ligada apenas a oferta e demanda, que poderia ser controlada pela taxa de juros. Não foi previsto o impacto do aumento do custo de produção, crise hídrica e energética, e custo previdenciário”, explica.
E apesar da agricultura estar crescendo em 2017, representa apenas 6% do PIB. A maior parte da economia, 64%, depende do consumo das famílias, e restante está ligado a investimento da indústria e governo. Nos últimos dois anos os investimentos de empresas caíram 12% e o governo foi o que menos parou de gastar, e a arrecadação diminuiu. A dívida bruta do PIB está em 69,6%, e o nível de investimento não chega a 1%. O nível de pessoas ocupadas no mercado de trabalho é de apenas 56% e a taxa de desemprego oficial está em 13%.
A indústria do RS cresceu 7%, em decorrência da venda de máquinas e implementos agrícolas, e fabricação de vinho, devido ao bom resultado da safra da uva. A Dra. explica que alguns segmentos do varejo até já esboçaram reação, mas a projeção de retomada do crescimento que havia para o 2º semestre, depende muito dos acertos em Brasília.