Há 20 anos, quando um pequeno grupo de jovens de Forqueta decidiu reviver por meio do teatro parte da vida de Jesus, não sabia ao certo aonde a iniciativa daria. Com o passar dos anos, o grupo se fortaleceu, cresceu e foi inovando. Amanhã, às 20h, ao encenarem pela 20ª vez o espetáculo A Paixão de Cristo, os mais de 100 atores vão legitimar uma história de união e vontade de transformar a vida e morte de Jesus num momento de emoção e reflexão.
Na atualidade, a encenação é um dos eventos mais marcantes da Semana Santa na região, atraindo milhares de pessoas todos os anos. Na encenação realizada em 2015 o público superou as cinco mil pessoas, um dos maiores já registrados. No ano passado, em função do mau tempo o evento teve de ser cancelado.
Em entrevista, os organizadores falam sobre a evolução da encenação ao longo dos anos, bem como o que o público pode esperar da vigésima edição, que vem cheia de novidades.
AT – Como surgiu a encenação da Paixão de Cristo em Forqueta?
Organizadores – Surgiu com um grupo de jovens de Forqueta, lá, em 1997; o grupo era em número reduzido, mas manteve sempre a chama da união e vontade de fazer acontecer algo diferente. Após isto o grupo foi crescendo com mais atores, mais figurinos, até cenário próprio, hoje Cenário da Lagoa.
AT – O que foi preponderante para que a encenação se mantivesse ao longo de todos esses anos?
Organizadores – Há dois aspectos que podemos elencar: a união do grupo e o público que aumenta a cada ano.
AT – Passados 20 anos, qual a importância deste evento para a comunidade de Forqueta?
Organizadores – Poder transmitir uma mensagem de paz, de amor e mostrar que apesar de muitos prantos que o mundo possui, Cristo deixou uma mensagem de amor para a humanidade.
AT – Quais as mudanças e avanços que ocorreram neste período?
Organizadores – No início, tudo era muito simples e com limitações em vários setores como figurinos, números de atores, etc… A grande mudança é a do cenário próprio, fixo, construído e pensado especialmente para a encenação. Possui dimensões aproximadas a meio campo de futebol oficial. E carrega consigo uma riqueza de detalhes, dando impressão de estar na antiga Roma.
AT – Sabemos que os participantes são voluntários e que muitos participam desde a primeira edição. Qual é o segredo para continuar motivando essas pessoas a participarem ano após ano?
Organizadores – O principal segredo é o público que vem nos prestigiando ano após ano, e é o que mais nos incentiva para as mudanças. O nosso público não quer ver sempre a mesma cena, a mesma expressão ou a mesma fala, a mudança tanto dentro do roteiro como dentro do cenário é fundamental.
AT – O que as pessoas podem esperar do espetáculo de 2017?
Organizadores – Muitas novidades. Algumas delas são: atração antes da encenação, figurinos da Cavalaria Romana analisados e repaginados pelo Design de Moda da Univates, encerramento com um lindo show de fogos e cenas novas.
AT- Desde quando o grupo está trabalhando na encenação deste ano? Quantos atores vão participar?
Organizadores – Alguns meses se reunindo com a comissão organizadora, depois com atores para estudo de seus personagens. Para este ano serão mais de 100 atores.
AT – Quais são as expectativas em termos de público?
Organizadores – Na última edição tivemos cinco mil pessoas, a expectativa é que este número permaneça ou aumente.
AT – Quais são os principais custos da encenação e como o grupo consegue arrecadar recursos para realizar o evento?
Organizadores – Os principais custos são a contratação de som, iluminação e a locação de gerador. O principal apoio é da Administração Municipal, juntamente com os patrocínios que vendemos e a contribuição espontânea do público.