De acordo com a Organização Mundial da Saúde, recomenda-se que todos os adultos entre 18 e 64 anos pratiquem atividade física regularmente, com a finalidade de reduzir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, câncer de mama e cólon, depressão, além de auxiliar no controle da obesidade. Quando o assunto é a mulher grávida saudável, esta recomendação não é diferente, porém o que vemos comumente é a diminuição das gestantes ativas comparadas às mulheres em geral.
Conforme a ginecologista e obstetra, Taís Silveira Gonçalves, a prática de atividade física é segura para a mãe e para o feto, sendo indicada às gestantes saudáveis, do início ao fim da gravidez e preferencialmente se estendendo por toda a vida. “O início do pré-natal é um bom momento para abordar este assunto com o médico e esclarecer dúvidas, indicações e contraindicações. Além disso, a modalidade, intensidade, duração e frequência dos exercícios devem ser definidas individualmente e orientadas por um educador físico especializado, o qual saberá identificar as necessidades e limitações de cada trimestre da gestação”.
Taís alerta que os exercícios físicos regulares estão contraindicados nas seguintes situações: gestante cardiopata ou com doença pulmonar restritiva, sangramento durante gestação, risco de parto prematuro, ruptura de membranas, pré-eclâmpsia, hipertensão ou diabetes mal controlados. “Ainda é necessário alertar-se para sinais e sintomas que justificam a interrupção da prática de exercícios, ao menos, até consulta médica: dor de qualquer origem, sangramento, falta de ar, tontura, fraqueza, taquicardia ou arritmia”.
De modo geral, a prática de 30 minutos de exercícios ao dia gera inúmeros benefícios como:
prevenção de diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, varizes e trombose;
contribui diretamente para o desenvolvimento do feto através do aumento da oxigenação e fluxo sanguíneo;
redução de câimbras, inchaço, fadiga e dor lombar;
evita o ganho exagerado de peso mês a mês, facilita retorno ao peso habitual;
propicia fortalecimento da musculatura pélvica e abdominal,
aumenta a tolerância às dores durante o trabalho de parto, favorecendo o parto normal;
gera um período puerperal e de amamentação mais confortável e prazeroso, diminuindo o risco de depressão pós-parto.
Conforme Taís, a gestante que não apresente contraindicações deve escolher uma atividade de seu interesse e que seja prazerosa para melhor adesão, evitando atividades de alto impacto, com risco de queda ou trauma abdominal. “A caminhada é a atividade preferida entre as gestantes e, se realizada regularmente, melhora a capacidade cardiorrespiratória e o condicionamento físico”, frisa.
Atividades recomendadas: caminhada, corrida leve, bicicleta, natação, hidroginástica, yoga, pilates, dança ou ginástica aeróbica de baixo impacto.
Atividades não recomendadas: artes marciais, levantamento de peso, saltos, basquete, futebol e atividades competitivas em geral.
Precauções e cuidados: usar roupas leves; ingerir água em abundância antes, durante e após o exercício; evitar exercitar-se em temperaturas altas ou extremas, dando preferência para o início da manhã ou final da tarde; escolher ambientes arejados ou ao ar livre; fazer uma refeição leve entre 30 e 60 minutos antes do exercício para evitar hipoglicemia fetal; atentar para a frequência cardíaca que não deve ultrapassar 140 batimentos por minuto.