Saí entusiasmada da palestra com o Gilmar Borscheid na quinta-feira da semana passada. A iniciativa de oferecer a oportunidade de ouvir o criador da Girando Sol foi da CDL local, mas quem ganhou fomos nós que pudemos conhecer melhor o homem que está escrevendo uma grande história à frente da empresa. Tudo isso ao vivo, em cores e no belo espaço do Clube Esportivo resgatado para os eventos da comunidade.
Claro que a história não é unicamente do Gilmar – como ele mesmo fez questão de dizer e repetir na sua palestra. Uma andorinha só não faz verão. Mas sem a coragem dele, sem a sua liderança, sem o seu jeito alegre e despretensioso provavelmente a empresa não existiria e, muito menos, teria a pujança que hoje tem. Honra ao mérito, portanto.
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Aplausos também para a CDL que faz muito bem em destacar a prata da casa. É importante mostrar que aqui, no Arroio do Meio mesmo, existe gente que faz e acontece. E sem mágicas, sem propinas, sem favorecimentos escusos – como tristemente está na moda…
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Nós dias que se seguiram à palestra, a história da Girando Sol permaneceu viva na minha mente.
Fiquei remoendo a sequência dos fatos: a origem modesta do Gilmar; o emprego em fábrica de calçados; a aflição ao ficar desempregado; a ideia de aproveitar uma receita da mãe e começar a produzir amaciantes; a batalha em busca de matéria-prima e de fornecedores; o desafio de fabricar e de encontrar mercado para seu produto; a coragem para aproveitar oportunidades e para ir crescendo; a inteligência para fazer amigos e para conquistar confiança; a força para vencer obstáculos. E, sobretudo, a grandeza pessoal, sim o que impressiona mais é essa grandeza que lhe permite se manter humilde, embora tivesse motivos suficientes para nos esnobar a todos e andar de peito estufado por aí.
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Aqui, com os meus botões, fico torcendo para que a trajetória da Girando Sol possa inspirar os jovens que começam a desenhar o seu futuro agora. Não apenas pelo fato de ser uma história de trabalho que desemboca num final feliz, portanto muito encorajadora, mas, principalmente, por que ensina uma lição fundamental. É uma lição preciosa, indispensável para quem quer vencer na vida. Uma lição que pode ser resumida no ditado popular: “se não houver vento… reme”.
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Se os sonhos não combinam com a nossa realidade, se há percalços no caminho, se os tombos acontecem, se às vezes parece que a coisa vai à breca…sobra ainda, sim, sempre sobra a nossa própria capacidade de remar. É isto mesmo: se não houver vento, reme.