Arroio do Meio – Após 10.185 quilômetros rodados, em 20 dias de viagem, os irmãos Lucas, 23 anos e Felipe Träsel, 29 anos, estão de volta, e cheios de histórias pra contar aos amigos, vizinhos e familiares. Os dois viajaram a bordo de suas Hondas XRE-300 e CB-300, pela Patagônia até a cidade mais ao sul do mundo, Ushuaia. Retornaram na última sexta-feira (22).
Na estrada, após pegarem a rodovia RN3, só havia praticamente deserto e uma vegetação baixa. Muitos animais soltos, guanacos, ovelhas e cavalos. Calor só acima de Buenos Aires. O clima era severo, temperaturas baixas, ventos muito fortes que facilmente derrubam uma motocicleta. Para enfrentá-lo, foi necessária muita concentração na estrada.
Entre os imprevistos da viagem foram dois pneus furados em cada motocicleta, que foram solucionados com reparos levados junto. E uma pane elétrica na moto de Lucas. Foi necessário chamar o guincho para levar o veículo até uma assistência técnica numa cidade 80 km distante.
Segundo os irmãos, a população interiorana da Argentina é muito receptiva e acolhedora. Gostam de motociclistas, brasileiros, são muito prestativos em dar informações. As cidades turísticas são muito fortes economicamente, já as cidades menores pelo trajeto são mais simples, exceto as que possuem pólo de extração de petróleo e agricultura forte.
“Os lugares visitados são incríveis, verdadeiras obras de Deus. Ushuaia é um ponto místico, o fim do mundo. El Calafate e o Glaciar Perito Moreno são fascinantes, algo que não parece ser real, além de ser uma cidade muito agradável. El Chalten e a montanha Fitz Roy são magníficos, uma montanha linda, enorme, bem aos pés, depois de uma longa e exaustiva escalada, com uma lagoa azul e potável.
É uma experiência única. De moto você está inserido na natureza, conhece muita gente nova na estrada. Faz amizades, como fizemos com um casal argentino e cearense. Conhece costumes e tradições existentes em variadas regiões, e aprende a conviver com as diferenças da nossa realidade. Estar todo dia em um lugar diferente, é muito show.
Foram 20 dias incríveis, alguns de apreensão e questionamento, afinal, chegaríamos até o destino e faríamos tudo aquilo que planejamos por tanto tempo? A cada dia na estrada, passava um filme na cabeça, de todos os lugares estudados, cada hotel, cada cidade, cada passeio, cada centímetro de asfalto, de rípio, de tudo.
Porém, nada se faz sozinho. O companheirismo, a força, o comprometimento, a lealdade entre irmãos e a determinação para realizar essa aventura foram essenciais para desfrutar destes momentos únicos e por isso fomos até o fim do mundo e retornamos dele!
Tudo isso jamais será esquecido, daqui um, dois, cinco, 10, 20 ou 50 anos lembraremos de todos os segundos perfeitos que acrescentamos em nossa memória. Em breves palavras, fica aos nossos amigos a lição de se aproveitar a vida antes que ela não lhe dê mais tempo de aproveitá-la”, relatam.
Por enquanto, os dois irmãos não têm nenhuma outra expedição programada, mas durante o ano surgirão ideias para o próximo destino.