A greve dos caminhoneiros que iniciou na noite de domingo no Rio Grande do Sul e outros estados enfraqueceu nos dias subsequentes e terminou na quarta-feira à tarde. Contribuiu para o fim da paralisação as represálias por parte do governo federal, que através de uma medida provisória endureceu as sanções para caminhoneiros e organizadores que bloquearem as rodovias em todo o país.
A medida provisória assinada pela presidente Dilma Roussef acrescentando um artigo no Código Nacional de Trânsito objetiva punir quem usar veículos para deliberadamente promover, restringir ou perturbar a circulação na via. A multa de R$ 1.915 passou para R$ 5.746. No caso de reincidência o valor dobrou para R$ 11.492. Já quem organizar bloqueios será multado em R$ 19.154. Se reincidir, a multa será de R$ 38.308.
O insucesso da paralisação se deve também a falta de conexão entre os líderes grevistas e as suas entidades sindicais. Contrário à greve, o presidente da Vale Log, Adelar Steffler, diz que os grevistas nem sabiam o que estavam reivindicando, pois não havia uma planilha de reivindicações, tão pouco liderança sindical. “Sabe-se que os autônomos responsáveis pela greve têm sindicato, mas a entidade não estava à frente da paralisação. Não é uma greve legítima”, defende.
A Federação dos Caminhoneiros Autônomos-RS (Fecam) divulgou nota de repúdio à greve, em termos duros, que diz que “a paralisação é uma tentativa de golpe contra a democracia e a Constituição, promovida por indivíduos estranhos à classe, que tentam de todas as formas forçar o impeachment da presidente da República”.