Apesar do frio ter retornado nos últimos dias, as altas temperaturas registradas no mês de agosto fizeram com que o consumidor tirasse do guarda-roupa as camisetas, bermudas e o vestuário de meia estação. As mudanças climáticas e o calor fora de época prejudicaram as vendas de agasalhos trazendo prejuízos ao comércio do município. As vendas de calçados também foram afetadas, principalmente a comercialização de botas que são muito vendidas nessa época do ano. Em virtude disso o comércio precisou se adaptar às novas condições climáticas adiantando as novidades da próxima estação que se aproxima.
O proprietário da loja Magazine Marisa, que comercializa confecções e calçados, Tairone Gerhardt, afirma que as vendas de agasalhos pesados, como casacos e blusas de lã, caíram em agosto. Para vender, o empresário foi obrigado a fazer promoções que variaram entre 30% e 50% de desconto. “Não fizemos reposição de estoque este ano, e ainda temos peças de inverno, as quais estamos liquidando com até 50% de desconto”, fala.
A comercialização de botas não foi diferente. A alta temperatura aliada à crise financeira fez com que as vendas ficassem abaixo do esperado. O empresário conta que nos últimos cinco anos a procura por esse tipo de calçado vem caindo 5% ao ano. “São calçados que custam entre R$ 150 e R$ 250. Além disso, são produtos duráveis que não são comprados todos os anos”, explica.
Prevendo um inverno menos rigoroso, Tairone optou por menor investimento em agasalhos e calçados de inverno. Com estoque reduzido não precisou fazer muitas liquidações. Contudo, antecipou a coleção de verão e, desde o início de agosto, está vendendo roupas de meia estação, as quais tiveram boa saída na semana que antecedeu o Dia dos Pais. “Tu tem que conhecer o teu negócio. Conseguimos bons lucros nessa data. Nos últimos anos temos antecipado a coleção e tem dado certo”, observa.
Rindo à toa
Se por um lado o calor fora de época prejudicou a venda de agasalhos, por outro, beneficiou setores que lucram com as altas temperaturas, a exemplo das sorveterias. Eder Boaro decidiu abrir sua sorveteria em uma estação na qual o consumo é modesto, porém foi surpreendido pelas altas temperaturas, o que rendeu bons lucros. A inauguração ocorreu em uma sexta-feira e no sábado o estabelecimento lotou. “Pensamos em abrir em agosto para nos organizarmos aos poucos até a chegada do verão.
Porém ouvi uma notícia que o mês seria o mais quente dos últimos anos. Então corri para organizar tudo o mais rápido possível e abrir logo no início do mês”, diz.
A expectativa era vender um freezer do produto a cada duas semanas, mas depois de alguns dias em funcionamento a sorveteria vende três vezes mais. “Esperamos manter o pique do primeiro fim de semana. Já para os próximos meses nossa projeção é aumentar em 30% a venda”, prospecta.
Venda de calçados também caiu
Solange Korb proprietária da loja Solange Calçados confirma a queda nas vendas. A exemplo de outros lojistas, ela atribui a baixa procura aos itens de inverno, às altas temperaturas que vem ocorrendo desde o início do mês. Segundo ela, a redução nas vendas foi de 15% em alguns itens, chegando a 50% em outros. A queda maior foi nas pantufas e chinelos de lã, que em outros anos eram muito procurados na semana que antecede o Dia dos Pais. Neste ano as vendas caíram 50%.
Para reduzir o estoque e despachar a coleção antiga, Solange vem fazendo promoções que variam de 20% e 50% de desconto. Ela salienta que é difícil vender a coleção antiga com a chegada dos novos pares que estarão em voga para a próxima estação. “Todo mundo quer modelos e cores da nova coleção, por isso, estamos liquidando”, finalizou.