Arroio do Meio – O número de multas aplicadas pela Brigada Militar no município diminuiu drasticamente nos últimos anos. O maior índice registrado foi no período compreendido entre 2010 e 2011. Em 2010, 4.527 condutores foram flagrados cometendo alguma irregularidade na direção do veículo, no ano seguinte 1.718 condutores foram multados. O número caiu drasticamente em 2012, 2013 e 2014, quando foram autuados 306, 345 e 361 condutores, respectivamente. A redução no número de multas nos cinco anos foi de 1.154%. Os números são do Detran/RS.
O mesmo acontece com o município de Travesseiro que em 2010, não teve registro de infrações de trânsito. Já em 2011, 17 condutores foram flagrados por alguma irregularidade. O número alcançou o topo em 2012, quando foram registradas 30 infrações. Mas a exemplo de Arroio do Meio, esse número caiu consideravelmente em 2013, quando foram multados apenas dois condutores e em 2014 seis.
Ao inverso de Arroio do Meio e Travesseiro, Capitão e Pouso Novo tiveram aumento no número de multas aplicadas pela Brigada Militar nos últimos anos. No ano de 2010 em Capitão, foram autuados cinco motoristas, em 2011 sete e, em 2012, caiu para seis. Já em 2013 e 2014 foram multados 12 e 13 condutores, respectivamente.
Pouso Novo também teve acréscimo no número de multas aplicadas pela Brigada Militar. Nesse município não foram registradas infrações nos anos de 2010 e 2011. Entretanto, em 2012, seis condutores foram multados, esse número mais que dobrou em 2013, quando 14 motoristas foram flagrados com alguma irregularidade. Em 2014, houve leve queda, com 12 multas aplicadas.
O capitão Eduardo Senter que responde pela 3º Companhia da Brigada Militar, com sede em Arroio do Meio, comenta que não pode responder por anos anteriores à sua gestão, mas supõe que a diminuição no efetivo, a filosofia de trabalho aplicada por outros comandantes podem ser as razões na diminuição do número de infrações aplicadas. “As prioridades deles podem ter sido outras”, declara.
O capitão explica que sua filosofia de trabalho tem como base o trânsito. Disse que ao controlar o trânsito, controla também a criminalidade. Ele afirma que além de abordar veículos irregulares, as barreiras têm como objetivo identificar criminosos e foragidos da justiça, bem como veículos furtados e roubados. Ele comenta que as infrações são consequência de um trabalho realizado pela corporação que é voltado à segurança das pessoas. “Fiscalizar, prevenir e procurar identificar criminosos e veículos envolvidos em crime são alguns dos objetivos das barreiras. As multas de trânsito são consequência desta fiscalização. O traficante não anda de bicicleta, pessoas usam meios de transporte para furtar, roubar e fugir, então o começo do controle contra a criminalidade está no trânsito”, afirma.
Senter explica que está sendo feito um trabalho pesado em cima da fiscalização de automóveis e motocicletas, montando barreiras em locais e horários alternados. O trabalho se intensificou desde o fim do ano passado quando assumiu a 3º Companhia em Arroio do Meio. “Quero intensificar ainda mais a fiscalização por meio de barreiras. Em abril, maio, junho e julho, muitos veículos rodam com licenciamento vencido. Muitas vezes, isso acontece por esquecimento do proprietário, ou por negligência”.
As principais multas aplicadas pela Brigada Militar em Arroio do Meio são ultrapassagem em local proibido; condutor falando ao celular; motociclista sem capacete, sem viseira ou óculos de proteção, ou ainda usando calçados que não se firmem nos pés; condutor sem os documentos de porte obrigatório e motociclista sem Carteira Nacional de Habilitação. “Muitos destes não possuem CNH, e circulam pelo Centro como se fossem habilitados. Mas isso vai terminar”, comentou.
Senter faz um apelo à sociedade para que denuncie casos de perturbação do sossego causado por condutores, seja de automóveis ou motocicletas, ligando para o 190, para os telefones 3716-1190, 3716-1075 ou ainda para o 3716-4364 da Brigada Militar. “A população precisa participar, a segurança é dever do Estado e de responsabilidade de todos os munícipes”, argumenta.
Conforme o capitão, a falta de policiais prejudica as operações. Ele não revelou números, mas diz que hoje a companhia trabalha com a metade do efetivo ideal para o município. Com esse número reduzido é preciso fazer outro cálculo, como explica Senter. “O dia é dividido em quatro turnos, o que reduz ainda mais o número de policiais à disposição. Ainda há pessoas em férias e em licença. Com isso estima-se que trabalhamos com 30% do efetivo ideal”, comentou.
O corte no orçamento por parte do governo do Estado, também afetou a área da segurança. Horas extras supriam a falta de efetivo, mas o corte dificultou a gestão que precisa ser otimizada pelo comando.