Arroio do Meio – Moradores de Bela Vista reclamam das condições das calçadas que apresentam desníveis e buracos, prejudicando a circulação de pedestres. A situação é ainda pior na rua principal do bairro, onde várias pessoas sofreram quedas em virtude da má conservação. O último caso aconteceu no dia 18 de agosto, quando uma idosa se feriu ao cair depois de pisar num buraco.
Segundo moradores, uma reunião foi feita há mais de um ano com o prefeito Sidnei Eckert e secretários municipais para resolver a situação. No entanto, reclamam que até agora nada foi feito.
Marino Warken, 73 anos, morador do bairro, chegou a registrar um Boletim de Ocorrência após sua esposa Noeli, de 64 anos, se ferir devido a um buraco. O marido relata que a primeira consequência do tombo foi uma forte dor que a levou a realizar uma série de exames, incluindo ecografias, para verificar uma possível fratura.
Em um dos diagnósticos foi constatada a ruptura total do tendão supraespiral. Devido às fortes dores e noites de insônia a moradora está com uma consulta marcada para hoje, sexta-feira, para encaminhamento cirúrgico.
A maior indignação do morador seria a cobrança de um tributo específico pela Administração Municipal para a conservação de calçadas, intitulado CC, “para termos que caminhar só de cabeça baixa, com os olhos fixos para o chão. Só pagamos o imposto, mas o resultado não aparece”, ressalta.
Outras três pessoas, todas residentes na rua Olavo Bilac, no mesmo bairro, sofreram quedas na rua Bela Vista. Há dois meses Nair Zanotelli, de 79 anos, caiu ao pisar em falso em uma laje solta. Machucou os joelhos e os pulsos ao se apoiar para reduzir o impacto da queda.
Já a aposentada Nair Batisti, 79 anos, teve problemas mais sérios. Ao cair ela quebrou um joelho e deslocou o outro. Ela precisou ficar 60 dias com uma das pernas engessadas.
Ermindo Lawal, 78 anos, há aproximadamente um ano, torceu o pé ao pisar em um buraco e ainda não está completame nte recuperado. “Fiquei com uma série de problemas, me deu trombose e até hoje não consigo caminhar direito”, diz.
Os secretários Municipais do Planejamento, Carlos Henrique Meneghini, e da Fazenda, Jaqueline Kuhn, afirmam que há muitas solicitações de serviços de melhorias de calçadas. Mas alegam que o município não tem estrutura operacional para atender a demanda, pois também tem compromisso em adequar os passeios públicos “A obrigação da manutenção é dos proprietários e está amparada no Código de Edificações. A taxa de contribuição prevista na legislação nunca foi cobrada. Geralmente os donos dos imóveis disponibilizam material e a prefeitura executa a mão de obra”, esclarecem.
Conforme os secretários, em breve uma lei específica vai tratar do assunto – o Programa de Calçadas. “Os responsáveis pelas calçadas serão notificados e multados em caso de descumprimento das exigências”, explicam. O projeto está em análise na Câmara de Vereadores, e deve ser revisto com o Executivo antes da aprovação. Há a possibilidade de uma audiência pública.