Caminhoneiros receberão R$ 0,90 centavos/tonelada por hora parada. O acordo foi firmado na noite dequarta-feira, entre o sindicato da classe e a assessoria jurídica da BRF Foods. Em caso de não cumprimento, será acionada a secretaria de justiça. A indignação pela demora na descarga, pela falta de estrutura no estacionamento de caminhões e para estadia,
e pelo não cumprimento da lei federal que estipula o pagamento de diárias, fez motoristas de todo o Brasil protestarem em frente a BRF Foods no bairro Aimoré – Distrito Industrial.
A paralisação iniciou às 16h de terça-feira. Cerca de 120 caminhões – carretas e bitrens – carregados com 4 mil toneladas de milho, aguardavam acordo entre sindicato e empresa. A fila chegou 1,5 quilômetros de distância da fábrica. Alguns veículos já aguardavam desde a noite de sábado.
Conforme o representante dos profissionais, Eliardo Locatelli, 31 anos, só há um banheiro (sanitário e chuveiro) para 120 motoristas e familiares, e não há nenhuma sala para estadia. Muitos precisam se deslocar dois quilômetros para buscar água potável. As refeições são feitas na calçada.
Os motoristas revelam que a situação que ocorre em Arroio do Meio é uma das piores do país e não condiz com a nova lei que regulamenta a jornada de trabalho. “Se não nos mobilizarmos, vai continuar sempre assim”, reivindicam. Eles alegam que em época de safra é inadmissível que um caminhão sirva como local para estocagem.
Em decorrência das restrições impostas ao transporte de cargas no feriadão de Carnaval, alguns profissionais só conseguirão voltar para seus estados de origem após o dia 18 de fevereiro.
O grupo também agradeceu a compreensão dos moradores e o apoio da Brigada Militar, durante a mobilização, que foi pacífica. Não houve bloqueio de ruas, nem interrupção do tráfego de veículos. No acordo também está prevista a construção de uma sala de estadia. Já as melhorias no acesso serão feitas em conjunto com a Administração de Arroio do Meio.
A obra engloba aumento da área para estacionamento, mudança do local da balança e instalação de oficina por parte da empresa. Secretaria Municipal do Planejamento apresentou layout à direção da empresa no início de 2012 e aguarda aprovação. A produção da empresa ficou paralisada por 12 horas. O prejuízo por dia parado é de R$ 1,5 milhões.