Arroio do Meio- “Skate meu esporte, meu meio de transporte. Parte da minha vida e cicatrizes dos meus cortes.” A frase cantada por Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr., serve como exemplo para os diversos skatistas.
A falta de mais lugares adequados para a prática deste esporte os faz improvisar: bancos, meios-fios e escadas se tornaram parte das pistas. Contribui para muitos tombos, fraturas e arranhões, que se tornaram rotina em quem optou se divertir sobre uma prancha com quatro rodinhas.
Entretanto, nada disso impede os skatistas de continuarem com a sua paixão. Um deles é o biólogo Pedro Darde 25 anos, que transformou o esporte em um hobby. “Comecei com 12 anos, mas hoje pratico nos finais de semana só para descontrair.”
O motivo? A sensação de liberdade e uma das maneiras de aliviar as tensões ocasionadas pela empresa que montou.
Manter o espírito skatista vivo foi difícil. Como não havia pistas adequadas, ele e os amigos improvisavam. Faziam da cidade a pista, uma área de treino. Andava com o skate em qualquer lugar.
Partia para onde desejava, pulava calçadas, realizava varias manobras usando o espaço urbano para a prática do esporte. Uma alternativa era o Parque dos Dick, em Lajeado – único lugar onde havia pista.
Pedro também destaca que este esporte ajuda no desenvolvimento físico e poucas pessoas da região tentam transformá-lo em uma profissão. Essa, para Pedro, é uma grande vantagem, pois a pessoa vai praticar um esporte e cuidar da saúde, sem esperar um resultado financeiro em troca.
Aumento de vendas
A proprietária de uma loja de skates da cidade destaca que a venda aumentou em 20% no último ano. “Os jovens compravam skate a partir dos 15 anos agora passou para os 12 anos. Virou uma febre. Ela revela que muitas meninas estão começando a praticar mais o esporte”.
Os equipamentos de segurança são fundamentais, como cotoveleiras, joelheiras, luvas e capacete. Outro fator que mudou nesses últimos anos foi que os jovens optavam em comprar peças e agora compram o skate completo.
Profissionalismo
Cristian Delandir, 19 anos, e Lucas Bruxel 17 anos, ambos moradores de Arroio do Meio levam o skatismo a sério. “Não imaginamos viver sem andar numa pista sobre uma prancha e quatro rodas.”
Lucas elogia a construção da pista para praticar o esporte, mas salienta que deveria ter mais apoio. “Sei que não é fácil trazer competições maiores para o município, talvez porque não tenha uma estrutura necessária. Mas eu e meus amigos sonhamos em um dia participar de um campeonato, e quem saiba, conseguir seguir a carreira de um skatista profissional”.
Saiba Mais
No início da década de 1960, os surfistas da Califórnia mais ou menos na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, queriam fazer das pranchas um divertimento também nas ruas, em uma época de marés baixas e seca na região. Inicialmente, a nova “maneira de surfar” foi chamada de sidewalk surf. Em 1965, surgiram os primeiros campeonatos, mas o skate só ficou mais reconhecido uma década depois.
Em 1973, o norte-americano Frank Nasworthy inventou as rodinhas de uretano, que revolucionaram o esporte. Um skate passou a pesar por volta de 2,5kg. Por volta do ano 1975, um grupo de garotos revolucionou ainda mais o skate, realizando manobras do surf sobre ele.