Alguns municípios da região comemoraram, na quarta-feira, de uma forma bem especial, a passagem do Dia do Colono e do Motorista. A data consta, inclusive, como feriado em certas cidades, dando espaço para a promoção e realização de eventos que destaquem a importância das classes homenageadas.
Participei de parte de um grande encontro de confraternização que ocorreu em Marques de Souza, cuja organização foi do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lajeado, da Emater, através dos escritórios municipais e do Regional e das prefeituras de Lajeado, Forquetinha, Canudos do Vale e Marques de Souza.
Preciso destacar o ambiente saudável em que ocorreu o evento do dia 25, onde as várias gerações presentes tiveram a oportunidade de relembrar fatos da história dos imigrantes, suas dificuldades, seus desafios, o desenvolvimento até chegar na realidade de hoje, onde acontece um grande esforço para que a classe do colono, do agricultor ou do produtor rural não corra um sério risco de extinção, de desaparecimento.
O grande dilema, daqui para frente, é a sucessão na propriedade familiar. A motivação ao jovem para que ele permaneça no meio rural não é tarefa fácil. Os atrativos da vida urbana são tentadores.
Saliento como sendo da maior importância o oportuno e incansável trabalho da Emater, seja no aspecto social ou no econômico, e a presença do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, como entidade apoiadora e de assistência aos agricultores.
O colono e o motorista não podem ser dissociados do nosso grau de desenvolvimento. O primeiro é responsável pela produção de mais de 70% dos alimentos consumidos nos centros urbanos e o segundo tem a missão da fazer com que os produtos dos agricultores cheguem aos locais de comercialização.
São inesgotáveis os nossos sentimentos de gratidão e de reconhecimento a essas duas categorias e não podemos imaginar a realidade que hoje temos sem vinculá-la a essas classes de trabalhadores, que são exemplos de superação e de persistência.
Um gaúcho na presidência do Incra
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária passa a ser dirigido por um economista gaúcho, Carlos Guedes de Guedes.
O Incra é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, dirigido pelo também gaúcho Pepe Vargas. A tarefa principal do novo dirigente é agilizar o processo de aquisição de áreas para a reforma agrária e os assentamentos, o que é uma grande dívida dos últimos governos para com os projetos no campo social, ficando as suas ações muito aquém do pretendido e do propagado.
Nas regiões do norte e do nordeste, onde há os maiores bolsões de miséria no campo, aconteceram algumas iniciativas, mas a política agrária não tem se mostrado eficiente e não consegue um entrosamento e andar paralelo com a política agrícola.
Inspeção Russa
Duas empresas de Lajeado receberam, nesta semana, a comitiva da Rússia, que está no Brasil para realizar a inspeção nos abatedouros de aves, suínos e bovinos, dentro do processo de restabelecimento das relações comerciais entre os dois países, suspensas há 13 meses.
A Rússia, como já comentamos, comprava, até o início do ano de 2011, em torno de 70% da carne suína produzida no Rio Grande do Sul. Apesar dos métodos de rigorismo dos técnicos, existe a expectativa de superação do danoso impasse.