Você sabia que o fumo é um dos principais fatores de risco que podem levar ao câncer bucal?
A afirmação é da cirurgiã-dentista Maysie Azambuja Schnorr, da Prefeitura de Pouso Novo, que complementa: “Dependendo do tipo e da quantidade de tabaco usado, os fumantes apresentam uma probabilidade 4 a 15 vezes maior de desenvolver câncer de boca do que os não fumantes.”
Além disto, o fumo é responsável por diversos outros efeitos nocivos à saúde bucal, que podem prejudicar tratamentos dentários e até interferir na autoestima do fumante. Por isso, Maysie enfatiza a importância de manter visitas regulares ao dentista, que poderá esclarecer dúvidas.
De acordo com a profissional, na boca de um fumante é possível observar:
* Manchas escuras nos dentes e mucosas devido à nicotina. Quando na mucosa, é denominada melanose do fumante, pois a nicotina do cigarro estimula a produção de melanina causando manchas acastanhadas. Estas manchas não são permanentes, ou seja, quando o vício é cessado, a mucosa vai se restabelecendo gradualmente, porém, pode levar anos.
* Atrofia das papilas gustativas, alterando a sensação do gosto dos alimentos, principalmente dos salgados.
* Redução do fluxo salivar, chamado xerostomia. Esse sintoma provoca dificuldade na mastigação, deglutição e fonação. Além disto, a saliva é importante para uma “limpeza” fisiológica da boca e dentes e com esse fluxo salivar reduzido aumenta o risco de cáries, candidíase bucal e halitose (mau hálito).
* Cicatrização deficiente, pois o monóxido de carbono e o cianeto de hidrogênio presentes no cigarro diminuem o transporte de oxigênio para os tecidos.
* Câncer bucal. A patologia depende de uma série de fatores, como doenças sistêmicas e deficiências nutricionais, fumo, álcool e exposição aos raios solares. O câncer de lábio é mais frequente em pessoas de pele clara que se expõem por muito tempo ao sol sem proteção. A grande maioria (90%) dos casos ocorre no lábio inferior e aparece como uma ulceração indolor, endurecida, rígida e encrostada no vermelhão do lábio inferior. “Na boca as áreas mais afetadas são a língua e o assoalho da boca (embaixo da língua). As lesões aparecem inicialmente como pequenas feridas indolores e que não cicatrizam, aumentos de volume (caroços, inchaços) ou manchas esbranquiçadas ou avermelhadas”, informa Maysie.
Quando o assunto é câncer bucal, a cirurgiã-dentista enfatiza que um meio importante que o paciente tem para preveni-lo é realizar o autoexame em casa. Durante o momento de higiene bucal, diante de um espelho, deve inspecionar todas as superfícies da boca, ficando atento se encontrar:
- Feridas ou úlceras que não cicatrizem por mais de 15 dias
- Manchas ou placas esbranquiçadas que não são removidas por raspagem
- Manchas ou placas avermelhadas
- Lesões nodulares, endurecidas
- Inchaços na boca ou no pescoço.